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O que Ciudad Juarez e Nova York podem ensinar para Fortaleza
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O que Ciudad Juarez e Nova York podem ensinar para Fortaleza

| SEGURANÇA | Localizada na fronteira com os EUA, antiga "capital do crime" reverteu estigma com grande mobilização da própria população
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Localizada na fronteira com os Estados Unidos, a mexicana Ciudad Juarez precisou passar por traumática chacina para acordar. Após morte de 17 jovens durante uma festa em 2010, a população liderou movimento de mudanças que revolucionou a cidade.

 

Leia também: As lições de quem reduziu a violência 

 

Se na Colômbia a mudança veio através de maior participação dos prefeitos na segurança, em Ciudad Juárez, no México, a inovação veio através do governo federal. Até 2010 mantendo a liderança entre as maiores taxas de homicídio do mundo, chegando aos 271 por cada 100 mil habitantes, a cidade conseguiu reduzir patamar aos 19 por 100 mil em cinco anos.
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No centro da revolução, o programa "Todos Somos Juárez: Reconstruyamos la Ciudad", lançado pelo ex-presidente Felipe Calderón. Inspirada na experiência de Medellín, a iniciativa uniu sociedade civil - através da criação de conselhos - e governos municipal, estadual e federal em diversas esferas focando nos desenvolvimentos social e econômico, bem como de próprio resgate do amor pela própria cidade e respeito pela vida humana.
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Elaborado com participação popular direta, o programa criou 160 “juramentos” com metas claras como diretrizes. Entre eles, estão desde a redução entre o tempo de resposta para pedidos de emergência da polícia (juramento nº 1) até o fortalecimento de postos de alfândega (juramento nº 11), com compra de máquinas de raio-x e unidades caninas.
 

Na linha social, o programa investiu na criação de workshops em habitação, saúde, esportes, cultura e emprego. A ideia era formar os cidadãos para que eles próprios participassem das melhorias na cidade. Em contrapartida, o governo investiu na construção de escolas e equipamentos públicos de qualidade, sobretudo em áreas mais pobres.
 

Foi também realizada intensa ação de "limpeza" na Polícia, com quase um a 

cada três agentes municipais de segurança presos ou afastados por corrupção. Hoje, a cidade fica abaixo na estatística da violência a diversas cidades americanas, como St. Louis, Baltimore, New Orleans e Detroit.
 

Outro caso bem-sucedido de combate à violência foi registrado em Nova York, uma das maiores megalópoles do mundo. Hoje com 3,4 homicídios por 100 mil habitantes, a cidade chegou a ter picos de 30,66 homicídios por 100 mil nos anos 1990. O cenário decadente e de grande violência de gangues ficou famoso no cinema e na cultura popular da época.
 

Bem diferente do modelo empregado nos países latino-americanos, a cidade norte-americana combateu a violência sobretudo com investimentos na repressão, no monitoramento e na análise profunda de seus índices de criminalidade. Combatendo desde pequenos delitos com máximo rigor, a cidade de 8 milhões de habitantes praticamente eliminou a violência de gangues nas ruas.


Prefeito à época do início das intervenções, o bilionário Rudolph Giuliani chegou a ser cotado para o Prêmio Nobel da Paz. Em 2017, a cidade, que chegou a ter 2245 assassinatos em 1990, registrou 290 homicídios no ano passado. Fortaleza, no mesmo período, teve 1.978 homicídios.   

 

Polícia com estrutura
 

Após “limpeza” de agentes corruptos, a polícia de Juarez contou com ampla valorização e reestruturação de equipamentos e pessoal depois de 2010. 

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