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Editorial. Inflação baixa, preços altos
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Editorial. Inflação baixa, preços altos

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Tipo Notícia


Reportagem publicada na edição de sexta-feira (20/4/2018) deste jornal mostra que, apesar da inflação baixa, alguns serviços e produtos vêm pesando excessivamente no bolso do consumidor, devido aos reajustes acima dos índices inflacionários.


A inflação, ou seja a alta de preços, atinge diferentemente cada agrupamento social ou cada família, dependendo de seus hábitos de consumo. No Brasil, a inflação oficial é calculada pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).
 

Medido mês a mês pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o IPCA abrange hábitos de consumo de famílias com rendimento de 1 a 40 salários mínimos. Para conformar o índice, preços são coletados, todo mês, por técnicos do Instituto em 10 regiões metropolitanas, Distrito Federal e mais duas capitais.
 

Com essa abrangência quanto ao rendimento das famílias, parece claro que a alta de preços atinge de modo diferente os lares de baixa renda em comparação com aqueles com rendimento maior. Assim, pelas características do consumo, os constantes reajustes, por exemplo, do gás de cozinha vão recair com mais intensidade no orçamento das famílias mais pobres. Sobre o gás incide imposto de mais de 12%.
 

E a reportagem do O POVO mostra que são justamente os produtos e serviços essenciais que estão sendo aumentados acima dos índices inflacionários. 

 

Enquanto a inflação do ano passado ficou em 2,95%, a tarifa de água subiu 5,7% em janeiro deste ano. E a água já sofrera dois reajustes em 2017, de 12,8% (maio) e 4,33% (agosto). A conta inclui a cobrança de cerca de 25% em imposto.


A energia elétrica foi reajustada, esta semana, em 3,8% (consumidores residenciais) e 7,96% (consumidores industriais). E, observe-se, praticamente 45% do valor pago na fatura refere-se a impostos. Com quase a metade de seu preço também formado por impostos, o combustível tem reajustes frequentes, superando a inflação.

O fato é que, como os impostos no Brasil incidem mais fortemente sobre o consumo, os mais prejudicadas são as pessoas de baixa renda. Uma injustiça que precisa ser corrigida.

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