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A semana em que Aécio se tornou réu no STF
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A semana em que Aécio se tornou réu no STF

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Tipo Notícia

 

O SENADOR Aécio Neves iniciou a semana afirmando ter sido ingênuo. Em artigo publicado na Folha de S. Paulo, na última segunda-feira, 16, admitiu ter cometido erros, mas negou ter praticado qualquer ilegalidade. Não convenceu. No dia seguinte, a Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) o tornou réu pelos crimes de corrupção passiva e obstrução de Justiça. A denúncia contou com a transcrição da conversa dele com Joesley Batista, da JBS, que ficou famosa em maio de 2017, com o pedido de R$ 2 milhões para pagar advogado em defesa de Aécio na operação Lava Jato, o que a Procuradoria-Geral da República (PGR) entendeu como obtenção de vantagem indevida. Há indícios suficientes, garante a PGR. Na mesma gravação, Aécio afirma que o dinheiro deveria ser recebido por “alguém que a gente mata antes de fazer a delação”. Também pesaram contra ele as gravações telefônicas indicando que Aécio estaria influenciando na escolha de delegados para conduzir inquéritos da Lava Jato. Agora que é réu, o senador, pretenso candidato à reeleição neste ano, sofre pressões internas no PSDB para abdicar da candidatura. O presidenciável tucano, Geraldo Alckmin, disse achar que o próprio Aécio deveria tomar essa decisão. O fato é que as consequências dos atos de Aécio, ainda que estejam em fase de investigação, não respingam apenas sobre ele. Os próximos meses revelarão os danos que ainda podem surgir à campanha do PSDB para o Palácio do Planalto.

 

Lucinthya Gomes

EDITORA DE POLÍTICA

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