Logo O POVO+
Os efeitos políticos de um assassinato
DOM

Os efeitos políticos de um assassinato

Edição Impressa
Tipo Notícia
NULL (Foto: )
Foto: NULL

[FOTO1]
AS REPERCUSSÕES da morte de Marielle Franco, vereadora do Psol, vão além da tragédia que atravessou as fronteiras do País, galvanizou as redes sociais e levou milhares de pessoas à Cinelândia, no Rio. O assassinato da parlamentar carioca interfere diretamente no jogo político, reposicionando atores e colocando discursos à prova. O simbólico é que tenha ocorrido exatamente um dia antes de a intervenção na capital fluminense completar um mês, pondo em xeque a principal bandeira política do presidente Michel Temer (MDB) – ontem, o emedebista teria dito a aliados que está disposto a concorrer à reeleição. De fevereiro para março, o Planalto trocou radicalmente de agenda. Saiu a impopular reforma da Previdência, entrou a retórica da segurança. O caos no Rio veio a calhar. Solo fértil para os apoiadores de Jair Bolsonaro, que lidera as pesquisas ao lado de Lula, a cidade viu desembarcarem tropas do Exército a mando do governo federal. Numa de suas primeiras entrevistas depois de iniciada a intervenção, o presidente afirmou que considerava estender esse braço militar a outros estados. O assassinato de Marielle, porém, levantando dúvidas sobre a capacidade das forças de segurança de vencerem essa guerra. O crime também altera as relações entre partidos dentro da própria esquerda. Com Lula virtualmente fora da corrida e o PT sem um plano B, a saída seria uma candidatura construída a partir de um consenso entre legendas como o Psol de Marielle.

Henrique Araújo

EDITOR

O que você achou desse conteúdo?