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Boletins e pouca investigação. Parte da vida marcada por crimes
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Boletins e pouca investigação. Parte da vida marcada por crimes

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Tipo Notícia

Por telefone, um parente de Douglas Matias me diz que a família está aflita com a notícia de que o nome do rapaz está entre os acusados de participar da execução de sete pessoas no massacre do Benfica.


Na conversa, entre silêncios e poucas respostas, pede para não ser identificado: “Você sabe como são essas coisas de facção”. E diz que a mãe de Douglas não dará entrevista. “Está doente, ela e avó dele. Não é fácil também pra gente”, ressente.
 

Falou que durante a prisão, no último 11/3, Douglas pediu que avisassem a mãe dele sobre sua captura. “Não o víamos há mais de um ano. Ele que escolheu a vida dele assim”, disse e avisou que desligaria o telefone.
 

Douglas Matias, segundo dados levantados no processo do assassinato de Guilherme Renan Alves de Figueiredo Delene, 20, foi a uma delegacia pela primeira vez quando era um adolescente de 15 anos.
 

Naquela época, aponta o boletim de ocorrência 753/2007 do dia 8/2/2007, o garoto chegava ali como “vítima de ameaça”. Mas o BO, do 4º Distrito Policial (Lagamar), sem detalhes sobre o fato, não se transformaria em inquérito.


Em 28/9/2010, Douglas voltaria a fazer outro BO. Dessa vez, se dizendo vítima de roubo e, agora, no 34º Distrito Policial (Centro). Novamente, o fato não passou de um registro: 28087/2010.
 

Com 20 anos, em 5/9/2012, o rapaz do Benfica seria preso pela primeira vez por roubo. Foi no 13º DP (Cidade dos Funcionários). Solto em 6/2/2015, 

Douglas Matias voltaria à prisão, por receptação, na Delegacia de Roubos e Furtos de Veículos e Cargas.
 

Depois de solto novamente, ele e mais dois criminosos teriam assaltado uma mulher levando uma picape Hilux, no dia 18/10 do ano passado, no bairro José Bonifácio. Dois meses antes teria executado, no Benfica, Guilherme Renan.

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