Entre os 58.070 mandados de prisão existentes atualmente na Delegacia de Capturas e Polinter (Decap) do Ceará, estava o de Douglas Matias da Silva, 25. Há sete meses, o juiz Edson Feitosa, da 4ª Vara do Júri de Fortaleza, ordenou a prisão por denúncia de autoria da morte de Guilherme Renan Alves.
Em nota ao O POVO, a assessoria de comunicação da Secretaria da Segurança do Ceará, informou que “Todos os mandados são executados da mesma forma, sem que haja preferência”.
As ordens judiciais, segundo o texto, “vão para o Banco Nacional de Mandado de Prisão e o cumprimento pode ser efetuado pelas polícias Militar, Rodoviária Federal, Federal. Bem como policiais civis de outras delegacias”. Não apenas pela Decap, que “possui dez policiais no expediente”.
Entre os questionamentos enviados ao secretário André Costa, estava um sobre o porquê da dificuldade, antes da Chacina do Benfica (9/3), de se prender Douglas Matias. A pergunta não foi respondida.
Em depoimento, após a prisão no dia 11/3, Douglas revelou que seu cotidiano dava-se entre os bairros do Benfica, Meireles e Lagamar.
Ele, membro da facção Guardiões do Estado, afirmou que na noite da Chacina (ocorrida por volta das 23h30min), após ter ido para um aniversário na casa de um comparsa, no Lagamar, se ausentou da festa por volta das 21 horas.
Saiu para emprestar o Fiat Punto, carro dos matadores, a um homem de nome “Smite” no Antônio Bezerra. Para voltar à festa, teria pego um Uber e, à meia-noite, recebido o veículo de volta.
De posse novamente do Punto, Douglas Matias, que usava uma carteira de motorista falsa, em nome de Alexandre Garcia, se ausentou novamente do aniversário para guardar o veículo na garagem do apartamento da companheira, no Meireles. Lá, o deixou e retornou ao Lagamar em um Jeep Renegade.