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Editorial. Mais uma agência reduz nota do Brasil
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Editorial. Mais uma agência reduz nota do Brasil

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Mais uma agência de classificação de risco, desta vez a Fitch, reduziu a nota de crédito da dívida soberana do Brasil de “BB” para “BB-”, com isso o Brasil fica mais longe do selo de “bom pagador”, três degraus abaixo do “grau de investimento”. Foi a segunda grande agência a rebaixar a nota do Brasil neste ano, o mesmo tendo sido feito pela Standard&Poor’s (S&P) em janeiro.


Pesou na decisão o fato de o governo f ederal ter desistido da reforma previdenciária. Em comunicado, a Fitch anunciou que o rebaixamento deu-se devido a “persistentes e grandes déficits fiscais, além da crescente e elevada dívida pública”, considerando “grande retrocesso” o recuo do governo em relação à reforma da Previdência.


A importância da classificação das agências é que investidores e grandes fundos internacionais levam em conta essas notas para a aplicação de seus recursos. Com uma nota ruim, considera-se que há risco de o governo deixar de resgatar os títulos que lançou no mercado, fazendo cair os investimentos no País.


É certo que as agências de classificação de risco podem falhar, como aconteceu na crise financeira de 2008, ao dar boas notas às operações de venda de hipotecas imobiliárias, o que provocou a debacle de bancos e investidores.


Mas os grandes fundos de pensão americanos, por exemplo, continuam a levá-las em conta investindo somente em países com grau de investimento em pelo menos duas das três grandes agências de classificação de risco.


Assim, recursos estrangeiros, necessários à economia, deixam de entrar no País, prejudicando o desenvolvimento das empresas brasileiras, e trazendo consequências para toda a sociedade.

Para compensar a desistência, pelo menos por ora, da reforma da Previdência, o governo terá de cortar R$ 14 bilhões de outras áreas no orçamento da União, o valor da economia prevista para contas públicas, caso a proposta fosse aprovada no Congresso.

Assim, é de se lastimar que esse debate não tenha ido adiante, pois a reforma da Previdência terá de ser encarada no próximo governo, independentemente de quem seja o candidato eleito.

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