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A semana. O controle sobre o visível
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A semana. O controle sobre o visível

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MÍDIA O anúncio de que a Folha de S.Paulo deixou de atualizar sua página no Facebook é mais um capítulo na longa briga entre veículos tradicionais e as plataformas que se consolidaram neste século. Na virada da década, a disputa envolvia jornais e Google. O Facebook é a bola da vez.
A rede social quer que veículos de mídia paguem para divulgar conteúdos. Pretende tratar notícia como publicidade e cobrar de quem quer ser lido. A situação piora porque o Facebook muda ao seu gosto as regras de visualização de conteúdos.


A situação envolve disputa entre empresas, mas não só. Num mundo no qual a fronteira entre analógico e digital é quase indistinguível, o que está em jogo é a forma como a realidade é percebida. Está em questão aquilo que se vê.
 

O Facebook muda regras para que percam força os veículos e se fortaleçam aqueles conteúdos que as pessoas resolvem compartilhar. Nesse sentido, a notícia tem força não por quem publica, mas pelo público que cativa. Isso tem seu fascínio e seus problemas. Por um lado, favorece bolhas ideológicas e diminui o acesso ao contraditório. E, de outro, o que está em primeiro plano não é o poder do indivíduo, mas a supremacia de um conglomerado — o Facebook — que define regras para controlar o que é visto e o que não é.
 

Essa é uma questão desde que surgiu a comunicação de massa. Mas, nunca esse poder foi exercido de forma tão sofisticada e perigosa.
 

Érico Firmo
EDITOR-EXECUTIVO

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