“O shopping que for depender só de loja, não vai resistir”, avalia Roberto Kanter, professor de Marketing e Varejo dos MBAs da Fundação Getúlio Vargas (FGV). Segundo o professor, duas tendências se apresentam para o segmento: o Leisure Centre e o Life Center.

O Leisure Centre é o shopping que combina vários serviços e atividades voltadas para o lazer, porém o modelo ainda não existe no País, explica Roberto. Já o Life Center é uma tendência urbana que promove a convivência da população de entorno do shopping, tornando o estabelecimento parte de um sistema maior, como se fosse “um organismo vivo, dentro da cidade”. Agrupando, por exemplo, torres comerciais, prédios de apartamentos, hotéis, em uma área próxima de lazer e conveniência. “Na maior parte das vezes, o shopping acaba incorporando o terreno, explorando a comercialização ou entregando a parceiros estratégicos”, explica.

Para o varejo, o professor observa duas evoluções: emponderamento do consumidor e omnichannel. O poder, que antes migrou das mãos da indústria para o varejo, deve ir agora para as mãos do consumidor. “Quem fizer isso antes, vai de acordo com a corrente do rio. Vai ganhar respeito e empatia. Quem não fizer isso, vai morrer”.

Com o crescimento das vendas online no Brasil, Roberto destaca a importância da estratégia de omnichannel, que integra o mundo físico e digital. Muitas lojas nasceram no digital e abriram estrutura física. Assim como há marcas que utilizam a loja física como “showroom”.