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Pequenos negócios. A força do empreendedorismo feminino
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Pequenos negócios. A força do empreendedorismo feminino

No mercado de Fortaleza, mulheres se destacam no comércio de bijuterias, artesanatos, serviços ambulantes de alimentação e vestuário
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A participação da mulher no mercado de trabalho brasileiro ainda enfrenta desafios como desigualdade salarial e poucos cargos de liderança. Na área do empreendedorismo, o público feminino representa uma leve supremacia entre os empreendedores iniciais (51,5%). Porém, os homens ainda são maioria (57,3%) nos negócios em funcionamento há mais de 3,5 anos. Os dados da pesquisa Global Entrepreneurship Monitor (GEM), de 2016, apontam para a necessidade de investimento em programas de apoio a mulheres com negócios já estabelecidos.


Em Fortaleza, de 2010 a 2015, a atuação feminina no mercado formal tem sido inferior à masculina, com média de 42,7% de participação, segundo a pesquisa “Perfil da Mulher no Mercado Formal - 2010 A 2015”. O estudo foi elaborado pela Secretaria Municipal do Desenvolvimento Econômico (SDE).

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No entanto, as mulheres têm obtido maior espaço no mercado Fortaleza quando comparado ao masculino. Superior é também essa participação quanto maior for o nível de escolaridade da mulher, aponta o estudo. Entre as atividades com maior atividade feminina na Capital, estão comércio de bijuterias, artesanatos, serviços ambulantes de alimentação e vestuário.

Estímulo


Para estimular o empreendedorismo feminino na Capital cearense, a Prefeitura de Fortaleza, por meio da SDE, criou o Projeto Mulher Empreendedora. A ação integra o Programa Fortaleza Competitiva e foi apresentado no último dia 21 pelo prefeito Roberto Cláudio (PDT).


Paulo Barbosa, coordenador de Projetos e Desenvolvimento Econômico da SDE, diz que as pesquisas realizadas pela secretaria mostram o crescimento do protagonismo da mulher nos negócios.

“Elas merecem atenção do Governo para ter maior oportunidade de igualdade”, afirma.

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O projeto vai selecionar 100 propostas de negócios de empreendedoras que residem em Fortaleza, financiando a compra de máquinas, equipamentos e insumos direcionados para a criação ou ampliação de empreendimentos. O financiamento será de até R$ 15 mil, com carência de seis meses para começar a pagar 60% do valor recebido, em 15 parcelas mensais sem juros. As inscrições serão realizadas de 29 de janeiro a 2 de fevereiro de 2018, na Central de Licitações de Fortaleza (CLFOR).

 

DO SUDESTE PARA O CEARÁ


Natural do Espírito Santo, a designer de moda Paula Baiocco, 28, tem o sonho de montar uma marca própria desde a época da faculdade.

O trabalho de conclusão de curso (TCC) foi inspirado nas rendas de bilros do Ceará, terra que ela visita desde criança. “Tudo começou por conta das rendas, me brilhava o olho colocar o artesanato na moda”, diz.


Mudou-se para Fortaleza em 2011 a fim de trabalhar na empresa da tia. O desejo de empreender veio junto na bagagem. Para criar a marca de bolsas “Paula Baiocco”, a empresária buscou capacitação na Itália, em um curso de três meses, em que aprendeu a confeccionar artigos em couro.


No retorno ao Brasil, reuniu material, maquinário, fornecedores e procurou orientação do Serviço Brasileiro de Apoio as Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) para se formalizar. Do ateliê em casa, as primeiras encomendas vieram em agosto de 2015. As bolsas já foram vendidas até para fora do País, a exemplo de Londres e Paris.


Paula se percebe motivada em contribuir na conquista de espaço no mercado para as rendeiras cearenses. “Todas essas rendeiras com quem trabalhei tinham o poder aquisitivo baixo. Eu sempre quis que ganhassem mais. Queira trazer um novo nicho para colocar isso em uma moda moderna, mais atual”, observa. Atualmente, ela trabalha com bolsas de couro em geral. Em 2018, deseja expandir as vendas para outros estados brasileiros. (Cristina Fontenele) 

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