Política
 

Na lista das gestões que ultrapassam o limite de gastos com pessoal, alguns municípios começam a tentar se readequar e, para isso, passam a demitir contratados. É o caso de Itaitinga, na Região Metropolitana de Fortaleza, que ultrapassa o teto definido pela Lei de Responsabilidade Fiscal desde o último quadrimestre de 2016.
Pelas ruas do município, a demissão de funcionários é um assunto comum nas rodas de conversa. E a situação acaba repercutindo nos serviços públicos.
 

No mês passado, as creches do município deixaram de oferecer atendimento em tempo integral. “Me avisaram em um dia, no outro já não tinha onde deixar o meu filho à tarde”, conta a costureira Tayná Alves, 22 anos.
 

Agora, o menino Matheus Aluísio, 3, tem que passar as tardes no trabalho junto com a mãe. “É ruim, porque eu pensei que ele ficaria na creche em tempo integral até o fim do ano. Eu não tive nem tempo de me organizar”, diz a costureira.
 

Os problemas também afetam o serviço de saúde. O posto do Parque Genezaré, que tinha atendimento diário, foi fechado e a demanda levada para outro bairro. A situação prejudica moradores.
 

“Demitiram muita gente e quem sobrou foi para o outro posto”, conta a serviços gerais Maria do Carmo Jesuíno, 45. Ela diz que iniciou um acompanhamento médico na unidade e, agora, ficou mais difícil seguir até o outro posto. “Não avisaram a ninguém”, relata.

 

Demissões
De acordo com o Sindicato dos Servidores Públicos Municipais da cidade (Sinsepi), o número de demissões já chegou a 400 pessoas, em serviços como saúde e educação.
 

O presidente da entidade, Edinaldo Tavares Xavier, diz que as demissões ocorreram para o município se adequar na Lei de Responsabilidade Fiscal, mas que a ação já prejudica os serviços públicos.
 

“Foram pelo menos três creches afetadas. Elas deixaram de funcionar em tempo integral. Antes dessas demissões todas, a Prefeitura começou a tirar os vigias dos postos”, conta o sindicalista. (Rômulo Costa)