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A Semana. A violência que se deve assumir - e combater
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A Semana. A violência que se deve assumir - e combater

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A última semana foi de números e ações assustadores no Ceará. Adolescentes sob a proteção do Estado arrastados de um centro socioeducativo na Sapiranga e executados, índices de homicídios que bateram recorde histórico e, em Fortaleza, o número excessivo de jovens mortos (entre janeiro e julho foram 222 crianças e adolescentes entre 10 e 19 anos) já é considerado epidemia. Cenário resultante, em grande parte, do poder das facções criminosas, que faz o sistema penitenciário se pautar a partir da “simpatia” dos detentos por determinados grupos. Enquanto isso, o discurso do governador Camilo Santana é sempre sobre a conjuntura nacional e a ineficácia de ações a nível federal. Falta legislação, falta proteção nas fronteiras, falta estratégias... seja durante a divulgação dos índices de criminalidade cearense ou na inauguração de uma unidade prisional, a alternativa é sempre a de culpar um contexto que não depende do Estado, mesmo sendo ele grande responsável pela segurança pública. Junto às justificativas, a oportunidade de destacar o investimento em educação e o aumento de 20% nas prisões este ano. Sim, a problemática das facções criminosas tem mesmo uma essência nacional, de um País que padece das ações de um poder que mata e afronta as forças políticas, de polícia e de gestão. Mas o Estado não pode apenas apontar o dedo. A violência faz de palco o solo cearense. Vejamos como isso será tratado em 2018. 

 
Sara Oliveira

Repórter do Núcleo de Cotidiano

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