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Há mudanças aprovadas para o processo eleitoral de 2018 no Brasil, mas, chamar de reforma o tímido pacote que saiu das discussões entre deputados e senadores é meio muito. Para começar, falta profundidade àquilo que se tenta apresentar como novos instrumentos introduzidos no modelo político para lhe dar mais confiabilidade e renovar o entusiasmo do eleitor com o sagrado direito de escolher seus representantes. É grande a chance de muita gente sequer perceber que algo mudou, excetuando-se, talvez, o cenário de menos ostentação que marcará o geral das campanhas. O financiamento público, ponto mais discutido e contestado, imporá mais austeridade financeira, é certo, sem qualquer certeza de que vá reduzir o problema da falta de equilíbrio na distribuição dos recursos e do quadro histórico de candidaturas com escalas econômicas e estruturas diferentes. O resultado é que se teremos uma próxima campanha diferente, com algumas novidades que o cidadão até deverá notar, as mudanças inseridas não conseguirão atingir o que está no fundamento dos nossos grandes problemas políticos e eleitorais. Permanecemos com partidos ideologicamente fracos, uma estrutura de fiscalização pouco eficiente e um sistema que favorece escolhas das quais o cidadão que vota tende, depois, a se arrepender.
NILSON DIAS
Mudou para que tudo continue como estáGuálter George
Editor-executivo de Conjuntura