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Cinco filmes que falam sobre ou se inspiram no cinema mudo
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Cinco filmes que falam sobre ou se inspiram no cinema mudo

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A transição entre o cinema silencioso e o cinema falado foi impactante para a linguagem não somente em termos de tecnologia, mas até mesmo de inspiração. Abaixo, o Vida&Arte listou alguns filmes cujas histórias têm relação com esse momento ou que se apropriam da estética do cinema antigo.

Crepúsculo dos Deuses (1950), de Billy Wilder

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O filme não foca na transição, mas numa trama imaginada que acontece após ela. A história segue a relação fortuita entre Norma Desmond (Gloria Swanson), falida atriz de cinema mudo, e Joe Gillis (William Holden), um roteirista que precisa fugir de cobradores de dívidas. Ele acaba se refugiando na mansão de Norma e ela, que há tempos não faz mais sucesso, o contrata para trabalhar num roteiro com a intenção de voltar ao estrelato. Uma curiosidade é que a própria Gloria foi uma estrela do cinema mudo que, com o advento do som, foi deixando aos poucos a atuação. Várias referências à carreira da atriz aparecem no filme. Além do contexto histórico, o filme vale por ser um dos principais representantes do gênero film-noir e um clássico do cinema.

Cantando na Chuva (1952), de Stanley Donen e Gene Kelly

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Icônico musical, o longa foca sua trama justamente na década de 1920, com a chegada do som sincronizado no cinema. Uma produtora de filmes mudos e seu elenco precisam se adaptar à nova tecnologia e, assim, passam por uma difícil transição. Apesar de ignorarem o advento no início, os executivos se rendem ao som e decidem transformar o próximo projeto da dupla de astros Don Lockwood (Gene Kelly) e Lina Lamont (Jean Hagen) em um filme falado. Debbie Reynolds interpreta a aspirante a atriz Kathy Selden, que começa a almejar o estrelato. Cantando na Chuva traz números musicais célebres, uma trama romântica e ainda representa uma parte importante da história do cinema.

A Última Loucura de Mel Brooks (1976), de Mel Brooks

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O ator e cineasta Mel Brooks construiu sua carreira a partir de paródias. Uma delas foi, justamente, do cinema mudo. Silent Movie no título original, o filme conta a história de três amigos cineastas que se dirigem a um estúdio com uma ideia para salvá-lo da crise financeira: o primeiro filme mudo em 40 anos. Pensado como uma superprodução, o projeto é rejeitado pelos principais executivos, mas os amigos tentam convencê-lo e começam a ir atrás de concretizar a produção. A comédia satírica é, ela mesma, quase completamente muda. O filme foi escolhido um dos 10 melhores do ano pelo National Board of Review, uma das principais premiações dos Estados Unidos, foi indicado a 4 Globos de Ouro e ao prêmio do Sindicato de Roteiristas dos EUA.

O Artista (2011), de Michel Hazanavicius

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Contando uma história semelhante à de Cantando na Chuva, o filme francês acompanha a relação amorosa entre George Valentin (Jean Durjardin) e Peppy Miller (Bérenice Bejo). Ele é uma estrela do cinema mudo e ela uma dançarina ainda desconhecida. Com o advento do cinema falado, ele enfrenta o declínio e ela, a ascensão. O filme emula características do cinema da década de 1920: é quase totalmente mudo, em preto e branco e ainda tem um formato de tela comum nos filmes silenciosos, de 4x3. O Artista estreou no Festival de Cannes e teve uma trajetória surpreendente, entrando na corrida do Oscar de 2012 e, finalmente, se consagrando o grande vencedor - o longa ganhou, entre outras, as estatuetas de Melhor Filme e Melhor Direção. Foi o primeiro filme francês a vencer a principal categoria do prêmio, além de ter sido também o primeiro vencedor majoritariamente silencioso desde 1929 e o primeiro totalmente em preto e branco desde 1961.

Branca de Neve (2012), de Pablo Berger

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Releitura do clássico conto de fadas dos Irmãos Grimm, o filme se passa na Andaluzia dos anos 1920 e foi descrito pelo diretor como uma homenagem ao cinema mudo europeu. Apesar de ter sido lançado depois de O Artista - ou seja, aparentemente influenciado pelo sucesso deste -, o filme de Berger começou a ser pensado no início dos anos 2000, tendo seu roteiro escrito em 2003. Quando ele estava prestes a começar as filmagens, em 2011, chegou a notícia da seleção de um filme mudo e preto e branco para o Festival de Cannes, assim como estava sendo projetado Branca de Neve. O longa de Berger também encontrou aclamação mundial, ainda que em escala menor do que O Artista, tendo sido vencedor do Festival de Cinema de San Sebastián e dos Prêmios Goya, o "Oscar" espanhol.

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