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A festa da torcida. Tempo de celebrar o presente
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A festa da torcida. Tempo de celebrar o presente

Com mosaico e quase 44 mil pagantes empurrando a todo momento apesar da derrota na final, Fortaleza festeja no Castelão a lua de mel com seu torcedor
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O torcedor do Fortaleza foi ao Castelão, na noite de ontem, para assistir à primeira partida final da Serie C do Brasileiro como quem vai a uma confraternização de fim de ano na firma. Daquelas em que todo mundo aparenta estar feliz e também aliviado por ter batido as metas. O objetivo, no caso, foi conquistado há três semanas, com o acesso
à Série B.


Tanto que o servidor público Pedro Victor Calixto, 26, fez questão de ir vestido não com o azul, vermelho ou branco. Ele escolheu o verde trajado pelo goleiro Marcelo Boeck, principal nome da equipe no jogo do acesso contra o Tupi. “Comprei a camisa dele logo depois de o time subir. Mas, sempre o achei um líder da equipe” conta Pedro se referindo a Boeck, que usa o verde em homenagem à Chapecoense, clube do qual fazia parte do elenco na época do acidente aéreo que marcou a história do clube catarinense no fim do ano passado.


Pedro era um dos 43.778 pagantes que quebraram o recorde de público do futebol cearense em 2017 (mil não pagantes). Eles foram ao estádio querendo ganhar do ‘amigo secreto’ (no caso, o time) um bom encaminhamento para conquistar também a taça da Série C. Nem mesmo os gols de Michel Douglas e Pablo (contra), que deram a vitória por 2 a 1 para o CSA estragaram por completo os momentos de alegria leonina. Claro que não poderia faltar os que arrancavam os cabelos com os gols perdidos pelo Fortaleza. E olha que não foram poucos. Gols perdidos e torcedores descabelados.


Porém, mesmo quando o Fortaleza perdia por 2 a 0, a torcida seguia empurrando e cantando a 88 mil pulmões. O gol de Gabriel Pereira no finalzinho serviu para duas coisas: retribuir em campo minimamente o espetáculo apresentado pela torcida fora dele e dar um pouco mais de esperança para o título no jogo de volta, semana que vem, em Maceió.

“Se a gente tivesse um atacante...”, lamentava um torcedor na saída.

“Tamo na Série B e é o que importa”, respondia um outro resignado.

“Esse último golzinho vai resolver”, retrucava um terceiro mais esperançoso.


A despeito da derrota, o clima foi muito mais de celebração do que o da tensão costumeira em uma decisão de campeonato nacional. Foi um raro revés sem vaias. A começar pela festa de quem chegava ao estádio sorrindo tranquilo depois de oito anos nesta mesma Série C que agora o Fortaleza peleja para ser campeão.


Continuando na arquibancada com os braços de todos erguendo os papéis que formavam o mosaico, principal adorno da festa devidamente registrado por incontáveis telefones celulares.


Mas, a imagem que fica dessa despedida em casa do Fortaleza da divisão que disputou durante oito anos é outra. Desfeito o mosaico, os papéis utilizados para formá-lo logo se transformaram em lúdicos aviões que intensificaram o tráfego aéreo no Castelão durante os 90 minutos.

Símbolos de um contraste com as cadeiras que voavam da arquibancada para o campo nos já passados tempos de agruras na Série C. 

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