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Prefeituras. Veja como atuava o grupo acusado de desviar milhões no CE
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Prefeituras. Veja como atuava o grupo acusado de desviar milhões no CE

Uma fiscalização de rotina, em 2013, levou à descoberta de um grupo que usava quase 200 CNPJs para fraudar licitações no Ceará
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Tudo começou com uma fiscalização de rotina, em meados de 2013, no município de Boa Viagem, localizado a 217 km de Fortaleza. A Controladoria Geral da União (CGU), sem perspectivas ou indícios do que poderia encontrar no local, identificou situações atípicas, ou consideradas fora do comum, no processo de contratação de empresas para oferecer serviços e/ou produtos ao município.


Naquele local, os mesmos empresários venciam sempre as licitações da Prefeitura, em rodízio. As primeiras investigações apontaram, no entanto, que o grupo de empresas ligado aos mesmos nomes e sobrenomes não se resumia a um ou dois CNPJ’s, e sim a vários, a perder de vista.

[SAIBAMAIS]

Informações obtidas com exclusividade pelo O POVO dão conta que a cada novo indício, uma espécie de novelo ia revelando como se dava a maior organização criminosa de desvio de recurso público já descoberta na história do Ceará.


Com pouco mais de um ano de investigação, a Polícia Federal entrou na força-tarefa para revelar ainda mais detalhes de um grupo liderado por três irmãos e um cunhado que formalizou contratos fraudulentos com 171 municípios cearenses, em um intervalo de 15 anos, no valor que chegou a R$ 395 milhões até março de 2017.


Os irmãos José Glauco Lima de Freitas, Glaubo Lima de Freitas, Francisco Galba Lima de Freitas e o contador Antônio Jerrivan Filho lideraram o esquema criminoso que não tinha ideologia política, muito menos fronteiras territoriais. Além de agir em praticamente todo o Ceará, chegaram ao estado do Piauí e já se articulavam para chegar também ao Rio Grande do Norte e Maranhão.


Presos após a deflagração da Operação Fraternidade pela Polícia Federal no dia 13 de setembro — resultado de quatro anos de investigação —, o quarteto usava “laranjas”, funcionários das empresas, para criar novos CNPJ’s e expandir o negócio.


Em muitos casos, o convite era feito em troca de um salário mínimo ao funcionário para ceder o número do CPF e participar indiretamente do esquema.


A reportagem não localizou os responsáveis pela defesa dos acusados de liderar a organização criminosa.

 

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