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No Ceará. O que dizem os números das fraudes cometidas em licitações
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No Ceará. O que dizem os números das fraudes cometidas em licitações

Os números impressionam e mostram que a prática era regra nas administrações municipais. Apesar da descoberta, o modelo permanece atualmente com os pagamentos dos contratos
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Os números assustam, e dão a precisão do tamanho da maior organização criminosa de desvio de recurso público já descoberta no Ceará. O grupo, liderado por três irmãos e o cunhado, conseguiu formalizar contratos com 171 municípios cearenses, o que representa 93% do total, com 68 empresas diferentes.


Todas ligadas a uma grandiosa rede corruptiva que chegou a somar 190 CNPJ’s. Daí a capacidade de expansão do grupo e a intenção de ganhar novos terrenos fora do Ceará.


Em 15 anos, cerca de R$ 395 milhões foram contratados em licitações viciadas. As empresas ofereciam todo o serviço de fraude já pronto às gestões, que apenas formalizavam os procedimentos legais. O grupo se especializou e atuava como profissional da fraude em todas as regiões do Ceará.


Até a data da deflagração da Operação Fraternidade, as investigações não identificaram ligações diretas ou pagamentos de propina a agentes públicos, secretários ou chefes do Executivo municipais. A possibilidade não é descartada, já que a Polícia Federal cumpriu diversos mandados de busca, apreensão e conduções coercitivas, além de prisão dos envolvidos.


Ao todo foram nove prisões em uma operação que envolveu 148 policiais do Ceará e Piauí, além de sete servidores da Controladoria Geral da União. A operação foi feita entre a PF e a CGU no cumprimento de 45 mandados judiciais Expedidos pela 11ª Vara Federal de Fortaleza, além de 24 buscas e apreensões, 12 de conduções coercitivas, e sete mandados de intimação, totalizando 52 mandados.


A rede criminosa continua viva, apesar da deflagração da operação no início do mês. Contratos firmados em gestões anteriores continuam sendo pagos por novos gestores que assumiram as Prefeituras em janeiro deste ano.


Procurado pela reportagem, o Ministério Público Federal (MPF) afirmou que espera a conclusão do inquérito da Polícia Federal, a partir da deflagração da Operação Fraternidade, para se posicionar em relação aos recursos federais e os agentes públicos que porventura tenham envolvimento no negócio.

Wagner Mendes

 

Veja a lista dos municípios

http://bit.ly/2wbXFHg

 

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