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Música. A mais nova rebeldia de Cultura
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Música. A mais nova rebeldia de Cultura

Após maratona que soma 82 shows em 25 países e mais de um milhão de espectadores, a Rebel Heart Tour ganha DVD que chega às lojas do Brasil no próximo dia 29
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Horácio Brandão

Do site Midiorama*


Não é fácil se manter por tanto tempo no cenário da música pop, sempre cheio de novidades e modismos de “último minuto”, em terreno minado pelas críticas e comparações com as novas “divas” do momento. Bom lembrarmos que foi Madonna a primeira mulher a fazer um show teatral para grandes plateias, a criar e desenvolver a comunicação de massa através dos videoclipes, e que ajudou a solidificar e transformar gerações.
 

Em Rebel Heart Tour, sua décima turnê, Madonna celebra os 30 anos da expressão de sua arte nos palcos com um show repleto de símbolos, as sempre presentes controvérsias, cenários tecnológicos, figurinos e coreografias mirabolantes que, juntos, formam uma ópera pop que somente ela sabe fazer.
 

A “jornada”, como a cantora gosta de chamar seus shows, começa com imagens no telão de uma Madonna reloaded, vestida a la Marilyn com o figurino que usou na apresentação do Oscar, quando defendeu a canção Sooner or Later, do Filme Dick Tracy.
 

Madonna em “carne e osso” aparece vinda do alto, em uma gaiola cheia de lanças, vestida de samurai e entoa Iconic. Icônica, a cantora do Michigan é cercada por guerreiros samurais. A partir daí, a plateia está em suas mãos e o desfile de 24 canções é uma viagem fantástica que a edição conseguiu deixar melhor que sua representação ao vivo.
 

O primeiro round de canções embala diversas músicas do último álbum entremeando com velhos hits, como Bitch I’m Madonna,  Burning up, Holy Water %2b Vogue, Devil Pray, Messiah.


O show é carregado de referências religiosas misturadas com sexualidade, ambas presentes em diversos momentos da carreira de Madonna. O palco, em forma de cruz, recebe provocações como freiras de calcinha e sutiã dançando em pole dance; uma reprodução da santa ceia com apóstolos sem camisa e um Jesus negro; padres, rabinos e pais de santo dançando; imagens sacras no telão… e Madonna assumindo e pagando seus pecados em cena, interpretando sua agonia em um exorcismo teatral.
 

Sem deixar o espectador se entediar, Madonna logo encaixa um bloco com visual meio rock meio “retrô”, dentro de uma oficina onde exibe o físico de seus bailarinos em Body Shop. À essa altura, a cantora dá o primeiro sinal de que, neste show, está mais solta e “humana”, e embala o público cantando True Blue e tocando seu ukulele. Sem deixar cair o pique, engata coreografia enérgica com o hit Deeper and deeper e consegue a proeza de colar duas baladas em sequência: Heart Break City -um dos momentos mais marcantes do show-, e o hino decano Love don’t live here anymore, do disco Like a Virgin, em versão deliciosamente repaginada.
 

O clima esquenta ainda mais quando ela carrega na temática latina – também recorrente em sua carreira – no segmento seguinte, que abre com Living for Love. Do universo das touradas e do flamenco gitano da Espanha às cores mexicanas de Frida Kahlo, Madonna se solta de vez e enfileira hits como Dress you up/ Into the Groove, La Isla Bonita, arrematando com a festiva Rebel Heart.
 

Chega a vez de Madonna viajar até a década de 1920 no melhor estilo melindrosa. Abre o último set com Music em um momento com gostinho de cinema mudo. A folia continua com a açucarada Candy Shop, seguida do clássico-mor Material Girl.
 

De ukulele em punho, homenageia Edith Piaf em momento intimista, cantando a singela La Vie en Rose. Soltinha e sapeca, Madonna encerra o show de “mentirinha” com a divertida Unapologetic Bitch.
Para um bis festivo, a bitch queen volta vestida de Tio Sam, cercada por bandeiras de países do mundo, incluindo o Brasil, e celebra seus 30 anos de serviços prestados ao entretenimento planetário cantando Holiday, até ser içada para o alto onde ninguém duvida que ela não seja a estrela feminina mais brilhante desse céu.

*Horácio Brandão escreve para o site Midiorama, parceiro do
O POVO. (www.midiorama.com)

 

Set list:
REBEL HEART TOUR
Iconic
Bitch I’m Madonna
Burning Up
Holy Water / Vogue
Devil Pray
Messiah (Video Interlude)
Body Shop
True Blue
Deeper and Deeper
HeartBreakCity
Like A Virgin
S.E.X. (Video Interlude)
Living For Love
La Isla Bonita
Dress You Up /Into The Groove
Rebel Heart
Illuminati (Video Interlude)
Music
Candy Shop
Material Girl
La Vie En Rose
Unapologetic Bitch
Holiday  

 

Saiba mais
 

Por trás da câmera
 

As fotografias da capa – e o material do novo lançamento – são assinadas pelo fotógrafo de moda brasileiro, radicado na Inglaterra, Josh Brandão, que a fotografou em Praga, Barcelona e Paris. Joshua é um dos muitos filhos que a Nossa Senhora do Pop criou, inspirou e que acreditaram em seus lemas Dreams come true, Open your heart, entre tantos outros. 

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