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Fogo quando é amigo requer mais cuidado
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Fogo quando é amigo requer mais cuidado

Edição Impressa
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Guálter George
Editor-executivo do Núcleo de Conjuntura


Antonio Palocci era, por assim dizer, da cozinha política do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Uma pessoa de confiança absoluta até outro tempo, motivo de elogio nos discursos do passado por sua capacidade de articulação, de diálogo etc etc. Portanto, aparecer agora com uma linha de desqualificação do ex-aliado, como resposta ao fato dele ter se transformado em delator, demonstra-se uma estratégia arriscada no campo político e de efeito nulo na esfera jurídica. É, porém, o que Lula ensaia fazer, a partir do depoimento na 13ª Vara Federal, na última quarta-feira, quando definiu Palocci como alguém “frio, calculista e simulador”. O ataque não é a melhor defesa, nestas circunstâncias, e a situação nova recomenda uma estratégia mais inteligente do que agressiva. O quadro permanece delicado e, apesar da performance tranquila e sem sobressaltos de Lula no novo encontro com o juiz Sérgio Moro, a tendência de condenação dele nas várias ações permanece alta. Ainda mais quando se soma ao grupo de acusadores alguém que efetivamente frequentou os núcleos decisórios nos anos de governo do PT e, certamente, dividiu confidências com a cúpula quando despachava ao lado de Lula e de Dilma Rousseff. Pode até não estar falando verdade nas declarações recentes, mas as posições que ocupou tornam absolutamente verossímil tudo que disser. Resta, mais adiante, saber se tem como provar.

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