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Espécie nova. Alemanha não aceitou devolver pterossauro
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Espécie nova. Alemanha não aceitou devolver pterossauro

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Um terceiro pterossauro cearense - Alcusovagos magnificens, escavado na Bacia do Geopark Araripe, no Ceará, foi parar no Museu Estadual de História Natural de Karlsruhe (SMNK) na Alemanha. O Inquérito Civil Público 1.15.000.000277/2009-09, da Procuradoria da República em Juazeiro do Norte, apontou que o réptil voador teria sido contrabandeado pelo traficante alemão Michael Schwuckenpt.


Segundo investigações da Interpol, Schwuckenpt, dono da empresa MS-Fóssil, “ao ser preso (em flagrante) no Ceará, em 2009, afirmou ter vendido para o museu de Berlim uma coleção de fósseis da Chapada do Araripe”. E, entre o material comercializado ilegalmente, segundo O POVO apurou, estaria “a ponta da mandíbula de uma espécie nova de pterossauro gigante”. Animal alado que habitou, na pré-história, o território conhecido hoje por Chapada do Araripe.


Mas não adiantaram os argumentos do procurador federal Celso Lima Verde nem a intermediação do Ministério das Relações Exteriores do Brasil. O poder público alemão negou a repatriação do fóssil.


“Considerando a negativa do Ministério do Exterior alemão em cooperar no caso e tendo em vista que, em virtude do princípio da soberania internacional das nações, não há como compelir o estado alemão a devolver o fóssil de pterossauro ao patrimônio brasileiro. Bem como não há como precisar ou investigar como, quando e por quem o referido fóssil foi exportado irregularmente. Não se justifica o prosseguimento deste feito perante esta Procuradoria da República. Ante o exposto, determinou-se o arquivamento do inquérito”, concluiu o procurador em Juazeiro do Norte. 

 

Saiba mais

 

Um dos capítulos da história da Terra 


Das 50 espécies de pterossauros descritas no mundo, 23 afloraram na Bacia do Araripe, no Cariri cearense. Além disso, segundo o site do Geopark Araripe, dinossauros como o Santanaraptor placidus, o Irritator challengeri, o Angaturama limai e Compsongnathidae Mirischia assymetrica viveram no “Ceará”. Também, seis tartarugas diferentes e duas espécies de crocodilianos. O Geopark está em cima de uma das maiores jazidas fossilíferas do Cretáceo do Brasil e do mundo. Entre 100 e 120 milhões de anos. São conhecidos dali mais de 50 registros de plantas, centenas de insetos, 22 peixes, camarões, escorpiões, aranhas e moluscos. Na última segunda-feira, O POVO entrevistou nas Páginas Azuis o paleontólogo cearense Álamo Saraiva. Ele denunciou o tráfico “científico” de fósseis da Bacia do Araripe. 

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