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A última fronteira
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A última fronteira

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A desagregação política brasileira afetou conquistas dos últimos 32 anos em todos os campos. A economia entrou em colapso, a legitimidade institucional ruiu, o Judiciário ficou exposto, o Ministério Público se desmoralizou.Agora, outro dos pilares da Nova República foi por terra: o banimento de qualquer pretensão autoritária por parte dos militares.


Ambições e ilusões em torno do poder armado existem desde o fim da Guerra do Paraguai. Assim nasceu a República. A ideia de que a disciplina dos quartéis poderia organizar o Brasil foi desmoralizada pelos marechais pioneiros, governantes de alguns dos anos mais tumultuados que o País viveu. Depois, veio o tenentismo, a participação na ascensão e, depois, na deposição de Getúlio Vargas, até 1964. O desastre social, político, econômico e autoritário da última ditadura pareceu sepultar de vez o projeto de poder dos generais. Qual nada.


O general da ativa Antonio Hamilton Mourão não falou de sua cabeça.

Relatou “planejamentos muito bem feitos” do alto comando do Exército para derrubar o poder. Um escândalo, quebra de hierarquia, à qual o comando da Força e a direção civil reagiram com fraqueza. Com sua história, o Brasil não pode admitir isso. Em outros tempos, militares ameaçavam tomar o poder para derrubar comunistas. Desta feita, nem o Michel Temer é o bastante para eles.  


Érico Firmo
Editor-executivo de Cotidiano e colunista de Política

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