Trump e a “grande coletiva”

A guerra entre Estados Unidos e Coreia do Norte, por enquanto, é de palavras, e deve se agravar nesta segunda-feira, quando o presidente Donald Trump promete uma “grande entrevista coletiva”. Essa será a segunda conversa com jornalistas desde que o republicano foi eleito. A depender do discurso do magnata, o diálogo entre as duas nações pode ficar inviabilizado. A semana passada já foi marcada por uma escalada na tensão entre EUA e o regime comunista de Kim Jong-Un. Primeiro, Trump ameaçou com “fogo e fúria” a Coreia do Norte, depois se gabou do poderio nuclear americano, na quinta disse que a sua declaração “pode não ter sido suficientemente dura”, e na sexta afirmou que “as soluções militares estão prontas para ser usadas “. Cenário que coloca os diplomatas em situação cada vez mais complicada e que exigirá da China um poder efetivo de atuação para evitar o pior.

Ítalo Coriolano
Editor-adjunto do Núcleo de Conjuntura  

 
Temer, limão e limonada

O presidente Michel Temer garantiu uma manchete para os jornais da terça-feira ao decidir adiar para segunda a revisão das metas fiscais de 2017 e 2018. Trabalha com um aumento de déficit de R$ 20 bilhões para este ano e de R$ 30 bilhões em 2018. Efeito das receitas que não houve. O Governo vai anunciar capitalizando o melhor possível. Isto inclui defender a aprovação do que nem precisaria se fôssemos normais: uma proposta de cumprimento do teto salarial, hoje de R$ 33,7 mil/mês. Neste caso, a agenda positiva miraria na opinião pública contra os funcionários, também públicos. Não há mágica. Sem aumentar impostos, resta apertar. A herança é maldita, como maldita será a de quem o suceder. A conta só é fácil na oposição, também responsável pelo rombo.

Jocélio Leal
Editor-executivo do Núcleo de Negócios