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As facetas do "Teatro de bolso" da capital
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As facetas do "Teatro de bolso" da capital

Entre momentos de ocupação a todo vapor e a falta de manutenção que levou o equipamento público a passar mais de 20 anos fechado, o Teatro Carlos Câmara (antigo Teatro da Emcetur) busca se firmar como importante espaço para as artes cearenses
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5 DE OUTUBRO
Surgido como “Teatro de Bolso” da Empresa Cearense de Turismo, o espaço foi anunciando com atrativos para o público, como o “mais moderno sistema de ar-condicionado do Ceará” e “estacionamento fácil”, com o fechamento de um quarteirão vizinho. A cerimônia contou com a presença de autoridades como os ministros Armando Falcão e Euclides Quandt de Oliveira. Morro do Ouro, de Eduardo Campos, foi o espetáculo de estreia.  

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11 DE JANEIRO
Desde a inauguração, a programação do Teatro da Emcetur comportou além das artes cênicas. O cantor “maldito” – como Jards Macalé era classificado pelos críticos por ser “anticomercial”– apresentou o show Sorriso Verão, que colocava em evidência a negritude e o homem suburbano. O teatro foi também palco de músicos do Pessoal do Ceará, além de outros artistas nacionais e internacionais, como a argentina Diana Martin. 

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11 DE OUTUBRO
Além de palco das artes, nas décadas de 1970 e 1980, o teatro foi também espaço para eventos de diferentes partidos políticos e organizações. Foi lá, por exemplo, que aconteceu a primeira reunião, em 1979, do núcleo cearense do Centro Brasil Democrático, que pedia a abertura política. Já em 1986,o local abrigou grande evento de aliança de partidos considerados de esquerda.  

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24 de fevereiro
Enquanto o Theatro José de Alencar recebia grandes espetáculos, o Carlos Câmara se firmou como um espaço para o teatro experimental, sendo palco de grupos de diferentes linguagens que surgiam na Capital. Como espaço alternativo e de visibilidade menor, as peças apresentas por lá conseguiam burlar a censura da ditadura militar com maior facilidade e tratar de questões sociais.  

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2 DE FEVEREIRO
Por conta da falta de manutenção da infraestrutura do local, o teatro fechou as portas em 1989. Nesse período, mesmo que ainda não oficialmente, o espaço já começava a ser chamado de Carlos Câmara, por iniciativa do teatrólogo Ricardo Guilherme. Durante a década de 1990, a situação de abandono se agravou ainda mais. 

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6 DE MARÇO
Após duas décadas de indefinição, em 2010 a reforma do já rebatizado Carlos Câmara finalmente saiu do papel. Em 2012, o espaço foi reinaugurado com pompa em solenidade que anunciou aumento de investimento para a cultura no Estado. Mas foi só em 2014, no dia 27 de março, dia mundial do teatro, que o espaço efetivamente recomeçou a funcionar. 

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