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A semana. Quem pode calar o ministro que fala muito?
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A semana. Quem pode calar o ministro que fala muito?

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Gilmar Mendes é, nesse momento, um problema para o Supremo Tribunal Federal (STF), a justiça brasileira e até para a democracia do País. Estivéssemos vivenciando um quadro de normalidade real, inclusive, a inconveniência de seu comportamento público, a despeito da reconhecida capacidade que apresenta como interpretador das leis, já estaria em debate na sociedade há muito mais tempo. Afinal, o desdém com a liturgia da função pública que ocupa é marca de suas atitudes faz anos. A mudança real está no fato de o procedimento equivocado, falando muito, fora dos autos, fazendo juízos de valor sobre temas que inevitavelmente chegariam à sua condição de julgador e exigiriam imparcialidade etc, expandiram-se no espaço político além do que lhe seria recomendável para continuar livre de críticas e ataques pelas repetidas atitudes deturpadas, no campo do comportamento. O atraso na reação permitiu que ele, pelo tempo de convivência com os erros, acumulasse forças e, hoje, exija muito mais mobilização para ser enquadrado. Pior de tudo é constatar que há procedência em boa parte das advertências que tem feito acerca de excessos cometidos por juízes e procuradores, mas, diante do contexto, é natural imaginar que sua voz não é a mais indicada para fazer nascer uma discussão que seria necessária ao aparelho judiciário brasileiro. 

 

Guálter George
Editor-executivo do Núcleo de Conjuntura

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