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A semana. Prejuízo como herança de uma geração
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A semana. Prejuízo como herança de uma geração

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Decisões de hoje determinarão o modo como gerações futuras olharão para os dias atuais. Demos mais um passo em direção à vergonha do irreparável legado que deixaremos como herança. O fim da Reserva Nacional de Cobre e Associadas (Renca) tem potencial para deflagrar corrida desenfreada por minerais no coração da selva amazônica. Local com nove reservas florestais, cinco delas de proteção integral, e duas terras indígenas deve se tornar alvo de mineradoras, grileiros e garimpeiros.
 

A reserva foi criada no ocaso da ditadura militar, não por sensibilidade ecológica dos generais. A questão era evitar uma nova Serra Pelada, tragédia social, ambiental e até econômica.
 

O fim da reserva libera para exploração área na qual hoje só o Serviço Geológico Brasileiro pode promover pesquisa e autorizar qualquer tipo de uso econômico. Há ainda vasta área na qual só é permitida pesquisa. Há menos de dois anos, em Mariana, a maior tragédia ambiental que o Brasil já conheceu, expôs o perigo da mineração sem controle adequado. Erro repetido e aprofundado.
 

A Amazônia é ícone das disputas entre preservação e a tentação de devastar em nome do mais retrógrado modelo de desenvolvimento. Esses conflitos na maior floresta tropical do mundo se replicam em áreas verdes do Brasil todo. Há quem ache que lutar por preservação significa atrapalhar o progresso e a geração de riqueza. Imediatismo que não percebe o que é de fato patrimônio. 


Érico Firmo
Editor-executivo de Cotidiano
e colunista
de Política

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