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Expansão. Ceará e Fortaleza dizem não sentir ameaça de escolinhas de fora
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Expansão. Ceará e Fortaleza dizem não sentir ameaça de escolinhas de fora

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Donos das maiores torcidas do Estado, o que dá a ambos um grande potencial de mercado, Fortaleza e Ceará não se sentem ameaçados pela presença das escolinhas de clubes de fora por aqui. O argumento principal dos dois recai sobre a força das camisas em território alencarino.


“A concorrência é boa, é viável. Fortaleza tem um nome muito forte, então a gente não se preocupa muito isso”, analisa o coordenador técnico de base do Fortaleza, Daniel Frasson. Na escolinha do Leão, que funciona no Centro de Treinamento Ribamar Bezerra somente aos fins de semana, são cerca de 150 alunos. “A gente não pode extrapolar. Às vezes chega a 200, 250, mas não adianta querer trabalhar com 300 e não fazer um trabalho com qualidade”, justifica Frasson.


A Fábrica de Craques, escolinha do Ceará, tem números maiores para defender que não foi afetada pela concorrência forasteira. São cerca de 700 alunos, segundo o coordenador Jocélio Alves. Para ele, a visibilidade que os clubes nordestinos ganharam na mídia nos últimos anos contribuiu para reforçar os laços entre torcida e times locais. “Quando era pequeno, não via jogos do Ceará na televisão, via campeonato do Rio de Janeiro e São Paulo. Isso criou a cultura dos garotos daqui torcerem para times de fora. Só que isso mudou: hoje se vê mais garotos com camisas de Ceará e Fortaleza que de clubes de outros estados”.


O especialista em marketing esportivo Evandro Ferreira Gomes analisa que o fato de Fortaleza e Ceará ainda não terem franquias resulta em um respaldo menor e aponta uma mina inexplorada por ambos. “No interior do Estado eles teriam uma penetração maravilhosa, é um mercado ainda ascendente. Certamente é um lugar onde as franquias nacionais demorariam mais a chegar. Agora tem que ter metodologia de trabalho, padronização, questão pedagógica”, afirma.


Outro especialista em marketing esportivo, Chateaubriand Arraes Filho, cita ainda um problema geográfico. “Os nossos clubes não estão em centros da Cidade, fica muito bairrista. Os times têm que sair da zona de conforto e procurar outras regiões dentro da Capital”.


Neste cenário, Ceará e Fortaleza já preparam uma expansão. “Temos planos de até o final do ano começar a ter franquias no Interior”, anuncia Jocélio Alves, do Ceará. Já Daniel Frasson, do Fortaleza, diz que existe “a ideia de abrir alguns núcleos em cidades vizinhas e no Interior”. (Brenno Rebouças)

 

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