Depois de três dias acuado, o presidente Michel Temer (PMDB) mudou de estratégia. Seu pronunciamento na tarde deste sábado não foi de defesa, mas de ataque. Contra a gravação “clandestina”, “manipulada”, “adulterada com objetivos nitidamente subterrâneos”. Sobretudo, contra o dono da JBS, Joesley Batista, “livre e solto”, sem ser preso nem julgado pelos crimes que confessou, além de ter especulado contra a moeda nacional.
O presidente reafirmou pela segunda vez em 48 horas que não renunciará, mas admitiu os dias de incerteza que o País atravessa. Percebeu que desqualificar o denunciante e as provas é sua única chance.
O complicador para ele é a intimidade revelada na comunicação cifrada com alguém que ataca de forma tão virulenta.
A estratégia agressiva de defesa lembra um pouco a postura de Dilma Rousseff. Deu no que deu.
Por Érico Firmo
Editor de Cotidiano e colunista de Política