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Ação leva serviços públicos para a Comunidade do Gueto
Cotidiano

Ação leva serviços públicos para a Comunidade do Gueto

| Barra do Ceará |
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COMUNIDADE, localizada na Barra do Ceará, passa por pacificação (Foto: Mauri Melo)
Foto: Mauri Melo COMUNIDADE, localizada na Barra do Ceará, passa por pacificação

A antiga fábrica Vilejack, onde se formou a Comunidade do Gueto há pelo menos 15 anos, recebeu ontem ação social realizada pela Prefeitura e pelo Governo do Estado. O objetivo era atender 480 famílias que vivem no local, conhecido por episódios de tráfico de drogas e violência.

Pacificada pela Polícia Militar há 20 dias, a comunidade não tinha acesso a saúde, educação e limpeza pública. Na ação, foram realizados serviços como vacinação; testes de glicemia, HIV, sífilis e hepatites; cadastro na Secretaria Municipal do Desenvolvimento Habitacional de Fortaleza (Habitafor) para a disponibilização de moradias adequadas, de trabalhadores no Sistema Nacional de Emprego (Sine) e de crianças e adolescentes que não estavam na escola por meio da Secretaria Municipal da Educação (SME).

"Havia um clamor daqui, mas não tinha como acessar isso. Estamos com os caminhos abertos, não vai ser uma coisa só de hoje, vai ser acompanhado", prometeu Gilberto Costa Barroso, secretário da Regional 1, responsável pela Barra do Ceará. O assessor comunitário da Habitador, Mirson Vidal, diz que a visita serviu para prospectar um plano de ação. Segundo ele, não há como prever local definitivo ou prazo para realocação das 900 pessoas que vivem no local.

Após a palestra sobre saúde bucal e distribuição de itens de higiene oral, as crianças aproveitaram opções de brincadeiras. A gerente de Educação Infantil do Distrito de Educação I, Débora Chaves, indica a meta de cadastrar até 100 crianças e adolescentes que não estavam na escola.

"O Estado só entrava aqui para reprimir, hoje o Estado está entrando para trazer vida e dignidade", afirma o comandante do policiamento da Barra do Ceará, Tenente Aurélio, que explica que foi realizada uma ação conjunta para pacificar a comunidade, sendo conseguido êxito há 20 dias. "Outrora aqui era uma fortaleza do crime, uma denominação criminosa agia aqui distribuindo armas e drogas. Essas famílias antes conviviam em um regime de escravidão pelo tráfico, o crime imperava aqui dentro".

Moradora da comunidade há 15 anos, uma estudante pondera: "Tem vezes que tem Polícia que bate nos outros, que esculhamba. O que é ruim aqui é só os policiais, que às vezes são agressivos".

O POVO entrou em contato com a Polícia Militar do Ceará (PMCE) para um posicionamento sobre o relato. A nota afirma que "essa conduta não é típica da Corporação" e que rechaça "quaisquer condutas ilegais e contrárias à Constituição Federal ou que firam os direitos humanos". (Heloisa Vasconcelos)

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