Logo O POVO+
Nova moradia e matrículas das crianças afligem comunidade
Cotidiano

Nova moradia e matrículas das crianças afligem comunidade

Edição Impressa
Tipo Notícia

As matrículas escolares e um novo local para morar são as maiores apreensões das famílias que têm deixado suas casas no Barroso 2. A maioria das crianças estuda na Escola Municipal Francisco Andrade Teófilo Girão, que fica na rua Unidos Venceremos e as famílias temem não conseguir vagas em outras escolas. “Onde é que eu vou arranjar colégio para três crianças pequenas? Agora eu vou para o Interior com cinco pessoas. Minha irmã só tem três compartimentos lá”, relata uma moradora.


As famílias também temem homicídios. No Ano Novo e no Natal, foram registradas mortes no dia 31 de dezembro, uma delas de um comerciante querido na comunidade e sem envolvimento com crimes. “A Polícia não está deixando a gente só, foi a noite todinha, mas se eles saírem ninguém sabe. Como é que a gente vai viver em um negócio desses? Só recebo R$50 do Bolsa Família”, comenta.


Uma das entrevistadas relata que deve se mudar para o Interior com três crianças e que não sabe se há vagas para matriculas na cidade.


Outra moradora diz que vai se mudar, mas ainda não tem lugar para ir. Ela defende que, como a expulsão das famílias está acontecendo por omissão do Estado, que o Governo dê a oportunidade de moradia para essas pessoas. “Quem mora de aluguel vai alugar outra casa e quem não mora vai para casa de parentes. Na minha travessa, todos se mudaram”, ressalta.


Um morador que não pretende se mudar destaca que na escola da comunidade as aulas de recuperação foram interrompidas e que não há informação de quando recomeçarão. As famílias temem um atraso no ano letivo devido à situação de violência.

O que você achou desse conteúdo?