Os dados levantados pela pesquisa “A Carne Mais Barata do Mercado” mostram ainda que 95% das vítimas são mulheres trans, quase dois terços (65%) eram profissionais do sexo e mais da metade dos crimes ocorreram em via pública. O cruzamento dessas informações aponta como perfil principal de vítimas mulheres trans que sofrem com as consequências ligadas à prostituição.
“A gente percebe que o perfil é de pessoas que passaram por um processo de exclusão social grande. A maioria das vítimas (42%) é negra. Para elas, a rua acaba se tornando a única alternativa para geração de renda”, explica a pesquisadora Sayonara Nogueira.
Outro dado trazido pela pesquisa é que 83% dos homicídios contra a população trans não resulta em apuração ou prisão dos suspeitos.
Em nota, a Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS) garante que os homicídios no Estado são investigados “independente de sexo, gênero, orientação sexual ou qualquer outro tipo de distinção em todas as unidades de Polícia Civil”. O órgão ressalta ainda que desde junho de 2017 travestis e transsexuais podem colocar o nome social no registro de boletins de ocorrência do Sistema de Informações Policiais.