Em diversos locais de prova, pais reclamavam de problemas como o impedimento de entrada de alunos que portavam apenas certidão de nascimento e da entrada dos pais nos locais de prova para deixar as crianças na sala, além de confusão no esquema para retirada das crianças. Foram relatados ainda problemas no horário da entrega de provas e até no pagamento dos profissionais contratados para fiscalizar o exame.
Pelo menos 12 crianças que estão na faixa etária exigida para participar do concurso tiveram as inscrições canceladas na última semana. Mas, no sábado, 9, por meio de liminar obtida pela Defensoria, as crianças conseguiram fazer a prova ontem. A defensora pública Liana Lisboa diz que pelo menos 760 tiveram as inscrições canceladas. Ela acredita que houve um problema no sistema.
Para cumprir a liminar, a defensora relata que fiscais anotaram os nomes dos alunos, pois os nomes não foram colocados no sistema.
O pedido da Defensoria era específico e falava de crianças e adolescentes que tiveram as inscrições canceladas devido à faixa etária. “É preciso avaliar se houve clareza, se o formulário era claro e objetivo”, relatou Liana. “Se realmente houve irregularidade, se a forma que os fiscais encontraram para cumprir a liminar gerar prejuízo, a via é a anulação do certame. É algo que vai ser ponderado a partir do que começar a chegar a partir de amanhã (hoje)”, relatou a defensora.
Colégio
O relações públicas do Colégio da Polícia Militar, tenente Orleans, informou que a responsabilidade do concurso é da empresa Inaz do Pará. Ele disse que a licitação foi feita pela Procuradoria Geral do Estado (PGE) e que não existe gerência da Polícia Militar.
Essa foi a primeira vez em que o concurso para alunos do Colégio da Polícia Militar teve uma empresa organizadora. Nos concursos anteriores, todo o procedimento era realizado de forma administrativa, pela própria instituição de ensino. No ano passado, foram mais de 4 mil inscritos. Para este ano, o número ultrapassou os 15 mil, conforme o tenente.
A defensora Liana Lisboa ressaltou que o Núcleo de Direitos Humanos e Ações Coletivas da Defensoria está ciente do caso. Ela afirma que tanto o colégio como a empresa estavam cientes do problema com as inscrições e que, na última quinta-feira, 7, a instituição de ensino lançou uma nota informando que a responsabilidade técnica e administrativa era da empresa.
O POVO tentou contato ontem com a Inaz do Pará, mas as ligações não foram atendidas.