Da mecha separada e guardada após o corte até uma peruca que emoldura o rosto e resgata o bem-estar de quem recebe. Um caminho construído fio a fio, onde cor e textura são escolhidos levando em consideração as características de quem vai receber o carinho. Na manhã de ontem, Luiz Crispim, especialista em prótese capilar de São Paulo, entregou 50 modelos para crianças que realizam tratamento contra o câncer na Associação Peter Pan, no bairro Vila União.
As mechas para a confecção das perucas são doações de cearenses. “Vim a passeio para Fortaleza e soube que a associação estava parando de receber doações por falta de mão de obra para fazer as perucas”, conta Crispim. Em 2014, ele estabeleceu parceria com a associação. “Eu me comovi com a história. Levei as mechas e trouxe a primeira remessa em 2015, com 30 perucas”, lembra o idealizador do projeto Confio.
Cada peruca, ele explica, leva de cinco a dez dias para ser feita. De forma voluntária, ele e uma equipe de sete peruqueiros confeccionam as perucas personalizadas. “As perucas são feitas sob medida, com o conceito de visagismo para que a criança possa se sentir ela mesma” explica.
Já com o presente, Luana Fonteles, 10, recebeu as adequações do peruqueiro. Após a escolha de cor e ondulação, os fios foram adaptados às feições de Luana. “Muito feliz”, agradeceu a menina.
Crispim explica que, para doar, é preciso mecha acima de 15 cm amarrada firmemente em elástico. Sandra Salgado, gerente administrativa da Associação Peter Pan, vê a diferença que o acessório faz. “Muitas pegam uma fraldinha, colocam na cabeça e mexem como se fosse o cabelo. A gente percebe a importância disso. A autoestima sobe, faz bem para o tratamento”, diz.
Serviço
Para doar mechas de cabelo para a Associação Peter Pan, é preciso cabelos com tamanho igual ou maior a 15cm
Outras informações: 4008 4109