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Causas e efeitos da desertificação no Ceará
Cotidiano

Causas e efeitos da desertificação no Ceará

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Cerca de 90% do território cearense está sob o clima semiárido. Isso não era, por si só, problema. Até o período da colonização, quando o gado foi introduzido no sertão “num sistema de criação extensiva (animais soltos), contribuindo para impulsionar processos erosivos que são fortes no clima semiárido”, contextualizou Vládia Pinto Vidal de Oliveira, coordenadora do Laboratório de Pedologia, Análise Geoambiental e Desertificação da Universidade Federal do Ceará (UFC).


Além de os animais se alimentarem da cobertura vegetal, o pisoteio deles danifica o solo ocasionando, principalmente, o aumento da erosão e da exposição de afloramentos rochosos. Além disso, Vládia reforça que o extrativismo vegetal indiscriminado — exemplificado pelo desmatamento — piora o quadro. Margareth Benício, supervisora de Recursos Hídricos e Meio Ambiente da Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme), acrescenta o agravante de que irrigações mal conduzidas salinizam ainda mais a terra.


Como consequência para o Estado, as especialistas citam perda da biodiversidade, comprometimento da fertilidade e produtividade do solo, ampliação da fome e da pobreza, abandono da atividade rural e migração populacional para centros urbanos, configurando o êxodo.

 

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