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Até quando duram as sobras da ceia?
Cotidiano

Até quando duram as sobras da ceia?

Consumir as sobras da ceia de Natal é costume no almoço do dia seguinte. A reunião à mesa no dia 25 é mais uma oportunidade de estar em família e, às vezes, ainda dá para doar alimento a outras pessoas
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Comer à mesa traduz o que a família Fontenele entende por união. Tanto que a ceia de Natal da parentada na noite de 24 de dezembro não se fragmenta por muitos dias da semana, porque perde sentido se não for compartilhada entre eles ainda a pretexto da celebração. Depois do tradicional almoço no dia 25 com o restante da ceia — leia-se R.O —, se sobrar ainda alguma coisa, o clã prefere doar. “Passo adiante pra alimentar outra pessoa”, conta a servidora pública federal Miriam Fontenele, 55.


Peru, chester, farofa, arroz, salpicão. Os pratos são aproveitados pelos Fontenele até o dia de Natal. Na manhã do dia 25, a família tira da geladeira os alimentos armazenados e “refaz” o preparo. “O peru, por exemplo, em vez de a gente servir de qualquer jeito, bota mais um temperinho, vai pro forno de novo”, exemplifica Miriam. No café da tarde, a vez é da rabanada e do pudim.


Embora o R.O seja, de fato, as sobras do que foi posto à mesa da ceia natalina, não se recomenda consumir comida assim. “Ideal é não armazenar o que já foi servido. Se você prepara o arroz e deixa uma parte na panela, sem ir pra mesa, isso pode ser guardado. Mas, o que foi servido, às vezes uma pessoa pega com uma colher e depois com outra. Sai da temperatura adequada”, explica a nutricionista Nara Barreto.

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Àqueles que já se programam para conservar a ceia das festas de Réveillon, Nara ensina que, se o alimento — anteriormente separado — for consumido até três dias depois do preparo, o melhor é manter na geladeira. Por outro lado, se a pretensão for consumir em até um mês e meio, o mais correto é congelar. Contudo, “uma vez descongelado, não deve ser congelado novamente”, orienta a profissional. Da mesma forma, ela indica que as doações de comida sejam feitas em “quentinhas”, atentando sempre à temperatura adequada.

 

Representação


Na casa de Miriam, guarida dos Fontenele, onde celular é item proibido à mesa para não atrapalhar o momento em família, embora haja zelo no trato do alimento, a preocupação maior é garantir que todos curtam, juntos, o banquete. No almoço de ontem, quase dez pessoas conversavam animadamente e se serviam a todo tempo de arroz, estrogonofe de carne, salpicão, peru, batata frita e batata palha. “Dizem que eu sou o elo que agrega (a família)”, entende.

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