“Aqui nós temos 600 vagas, mas sempre ficam mais (detentos) por causa da necessidade”. Assim a titular da Secretaria da Justiça e Cidadania do Ceará (Sejus), Socorro França, comentou a capacidade da Unidade Prisional Professor José Sobreira de Amorim, durante a inauguração, ontem, em Itaitinga.

O sistema penitenciário do Estado tem cerca de 27 mil detentos (em todos os equipamentos). Conforme a secretária, apenas sete mil já foram condenados — o restante é preso provisório.

Ainda de acordo com Socorro França, no Complexo Penitenciário de Itaitinga o excedente é de 80%; no Interior do Estado é de 100%.

A nova unidade, que custou aproximadamente R$ 26 milhões, será modelo: tem 28 celas para dependentes químicos, alas de saúde e educação, além da perspectiva de que indústrias se alojem no complexo e consigam absorver até 90% dos detentos em postos de produção.

“A gente precisa garantir que haja espaço suficiente para receber todos os presos. A Polícia prende cada vez mais, tivemos um aumento de 20% no número de presos no Ceará”, ressaltou na inauguração o governador do Estado, Camilo Santana (PT).

Para ele, a existência de facções criminosas, que repercute na população carcerária, é um problema nacional. “Falta uma política, de estratégia, de plano, de prioridade, de recursos. Essas são as condições que a gente tem enfrentado”, disse.

Conforme o gestor, com a entrega da unidade foram entregues 1,9 mil vagas em penitenciárias nesta gestão e mais 2,5 mil devem ser geradas até o fim de 2018. Entre as ações, a construção de uma penitenciária de segurança máxima, com 160 vagas, que custará R$ 47 milhões. (Sara Oliveira)