Logo O POVO+
Lagoas da Capital chegam a ter 696 mil coliformes fecais por 100 ml
Cotidiano

Lagoas da Capital chegam a ter 696 mil coliformes fecais por 100 ml

Limite para lagoa ser considerada própria é de 1 mil coliformes fecais a cada 100 ml de água. Governo e Prefeitura anunciaram investimento de R$ 43 mi em limpeza e urbanização de quatro lagoas
Edição Impressa
Tipo Notícia
NULL (Foto: )
Foto: NULL
[FOTO1]

 

Falta de saneamento, esgotos clandestinos e descarte irregular de resíduos sólidos estão entre os principais motivos para o alto nível de poluição das lagoas de Fortaleza. De acordo com boletim mensal divulgado pela Secretaria Municipal do Urbanismo e Meio Ambiente (Seuma), as mais poluídas chegam a ultrapassar os 600 mil coliformes fecais a cada 100 ml de água.

[SAIBAMAIS] 

Nesse contexto, em que somente dois dos 26 mananciais monitorados são considerados balneáveis (Lagoa do Mondubim e Lagoa da Viúva), a Prefeitura, em parceria com o Governo do Ceará, anunciou ontem obras de urbanização e limpeza em quatro lagoas: Parangaba, Maraponga, São Cristóvão e Taperoaba. Serão investidos R$ 43 milhões em ações de limpeza no entorno, despoluição, esgotamento sanitário e urbanização. As ações fazem parte do projeto de intervenções batizado Juntos por Fortaleza.

 

Balneabilidade


Os boletins apontam que uma lagoa é considerada própria para banho quando há, em 80% ou mais de um conjunto de amostras, 1.000 coliformes termotolerantes. A coleta precisa ser feita nas cinco semanas anteriores e no mesmo local. Segundo o último boletim, que corresponde ao período de 13 de setembro a 20 de outubro, os reservatórios mais poluídos são o açude Uirapuru (696.456 coliformes por 100 ml), a Lagoa da Sapiranga (484.552) e a Lagoa das Pedras (667.560).


“Tanto os governantes como a sociedade não valorizam as lagoas urbanas em Fortaleza. Elas sempre estão associadas às áreas de pobreza e não são vistas como potencial de lazer”, analisa José Capelo Neto, professor do Departamento de Engenharia Hidráulica e Ambiental da UFC. Segundo ele, falta de saneamento básico e descarte irregular de lixo estão entre os principais fatores de poluição.


Em nota, a Seuma confirma a existência de esgotos clandestinos, provenientes do sistema de drenagem de águas pluviais e dos riachos que desaguam nessas lagoas, e informa que há “realização periódica de limpezas do espelho d’água e seu entorno e implantação de infraestrutura sanitária (rede coletora de esgoto), além das ações de educação ambiental”.

 

Obras


Ações já iniciadas nas lagoas do São Cristóvão (investimento de R$ 15,3 milhões) e da Taperoaba (R$ 13,1 milhões) devem ser entregues no primeiro semestre do próximo ano. E obras de urbanização devem ser iniciadas nas lagoas da Parangaba (R$ 10,1 milhões) e da Maraponga (R$ 4,5 milhões) nos primeiros seis meses de 2018. “Há um sonho antigo de Fortaleza de revitalizar as lagoas, dar um tratamento ambiental de dragagem, recuperação de mata ciliar, mas, principalmente, de urbanizar o seu entorno e transformar as lagoas em espaços de uso da comunidade”, destacou o prefeito Roberto Cláudio.


Saiba mais


De acordo com o médico sanitarista Manoel Fonseca, banhar-se em lagoas poluídas pode acarretar, principalmente, infecções bacterianas intestinais e doenças virais.

 

O último boletim divulgado pela Seuma aponta que três lagoas que receberão obras estão impróprias: Parangaba (5.071 coliformes por 100 ml), Maraponga (1.956) e Taperoaba (85.132). A lagoa de São Cristóvão não aparece no monitoramento.

 

Fortaleza tem mais de 60 lagoas urbanas. Vinte e seis são monitoradas.
O que você achou desse conteúdo?