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"Ficamos das três horas até de manhã acordados", diz jovem
Cotidiano

"Ficamos das três horas até de manhã acordados", diz jovem

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O POVO conversou, ontem, com jovem de 15 anos que cumpre medida socioeducativa e, ontem à tarde, saía apressado do centro de semiliberdade. Assim como aproximadamente outros 40 jovens internados, ele presenciou o momento em que o grupo armado invadiu a unidade, na madrugada, e resgatou os quatro jovens.


A pressa, ontem, tinha a ver com orientação da Seas que, conforme o pai do adolescente, avisou que os familiares evitassem ficar do lado de fora da unidade após a saída.


“Todo mundo ficou com medo. Ficamos só sentados lá e pronto. Eles estavam armados. Fiquei com medo. Ficamos das três horas até de manhã acordados”, relatou o adolescente, sobre a madrugada.


Conforme o familiar, o adolescente presenciou a situação e permaneceu na unidade durante a noite e por uma parte do dia. “A gente veio pegar por causa dessa situação. Eles (internos) têm atividades durante o dia. A gente leva e traz”, relatou o pai, sobre a rotina do jovem.


Agora, eles devem aguardar para saber qual o momento para retornar e seguir cumprindo a medida socioeducativa.


Vizinhança


Na rua do centro Mártir Francisca, um vizinho contou, com um certo grau de normalidade, que ali, região conhecida como Lagoa Seca, “todo dia aparece um morto”.


Ele disse que ouviu muitos tiros durante a madrugada e depois disso a movimentação policial foi intensa.


Durante a tarde, policiais do Comando de Distúrbios Civis (CDC), do Batalhão de Choque (BPChoque), estavam do lado de fora da unidade. Eles relataram que permaneceriam em ponto fixo e, à noite, outra patrulha do BPChoque faria a rendição.


O defensor público Emerson Castelo Branco esteve na unidade, à tarde, como representante do Comitê de Combate à Tortura. Para ele, a chacina foi uma “vingança”. Emerson disse que a Defensoria Pública acompanharia o caso.

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