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Escola adota nome social nos registros de menina trans
Cotidiano

Escola adota nome social nos registros de menina trans

Entre professores e colegas, nome de Lara já era utilizado. No entanto, não constava nos registros oficiais como boletim e matrícula
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Tipo Notícia
Após a repercussão do caso da menina trans que foi recomendada a não renovar matrícula na escola, a instituição, em novo pronunciamento ontem, divulgou novas providências acerca do caso. Em nota publicada na tarde de ontem, a Escola Educar Sesc disse que já está no processo de cadastramento do nome social de Lara* em todos os documentos escolares. Além disso, o colégio informou ter providenciado a carteira estudantil e a permissão do uso do banheiro conforme a identidade de gênero da menina.

 

As medidas, conforme a nota, cumprem “compromisso assumido com a família da aluna Lara e com a população em geral”. Eles citam que o sistema do colégio foi ajustado “para possibilitar a inclusão do nome social nos documentos escolares”, foi providenciada emissão da carteira de estudante de Lara e não será proibida “a utilização de banheiro conforme a identidade de gênero”.


Na última quarta-feira, 22, representantes da escola procuraram a família da menina para se desculpar pelo ato de discriminação. No mesmo dia, a instituição afirmou que a matrícula estava garantida para 2018 e que o ocorrido seria investigados. Até agora, não foi informada nenhuma justificativa sobre a reunião que aconteceu na última terça-feira, 21, na qual a gerente do programa Educação, Sílvia Maia, “orientou” os pais de Lara que procurassem outra instituição de ensino para ela.


As ações anunciadas na tarde de ontem foram publicizadas juntamente com um texto denominado As lições de Lara. “Lara nos ensina que não devemos virar a página, mas escrever outras, com novas tintas, novos sentimentos. Que os novos temas relacionados ao gênero e à sexualidade não devem se restringir à individualidade, mas ser pensados como instituição, como escola, como família, como Brasil”, publicou a instituição.


Ainda ontem, durante participação no programa Debates do Povo, da Rádio O POVO/CBN, Mara, mãe de Lara, explicou que ainda não há um consenso sobre a permanência da filha na escola. “Nós ainda estamos bem abalados e digerindo tudo isso. A própria Lara não é capaz de dizer se ela gostaria de continuar ou não na escola porque, apesar de ela dizer que todos os amigos estão lá e, fora da família, o vínculo afetivo dela está lá, ela não sabe ainda porque foi uma discriminação muito forte”, disse.


Na última quarta-feira, 22, pais de alunos, estudantes da escola e manifestantes do movimento LGBTT se reuniram em frente à instituição, na avenida João Pessoa, para um ato em solidariedade ao que houve com a menina e contra a discriminação de pessoas trans no ambiente escolar.


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