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Primeiro transplante de coração completa 20 anos
Cotidiano

Primeiro transplante de coração completa 20 anos

O procedimento foi feito por médicos do Hospital de Messejana que, dois anos depois, criaram programa para transplantes cardíacos
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Em outubro de 1997, há exatos 20 anos, dois médicos do Hospital Doutor Carlos Alberto Studart, o Hospital de Messejana, realizaram, pela primeira vez no Ceará, um transplante de coração. O procedimento impulsionou, dois anos depois, a criação de um programa para transplantes cardíacos que, hoje, celebra 395 vidas salvas graças a  outras 395.

 

Antônio Pereira de Moura, 54, é um dos protagonistas mais emblemáticos dessa história. Ele foi o primeiro paciente transplantado no Hospital de Messejana após a criação da Unidade de Transplante e Insuficiência Cardíaca, em 1999. O procedimento cirúrgico, lembra o marceneiro, foi feito depois de ele sofrer um acidente de carro na BR-020, perto de Caucaia. “Passei um dia no Frotão (Instituto Doutor José Frota) e depois mandaram eu ir pra casa. Tava bonzinho, até que comecei a sentir os sintomas”.

Ânsia de vômito, falta de ar, cansaço. Moura, que bebia e fumava com frequência, passou a apresentar de forma mais intensa os sinais de miocardiopatia isquêmica (insuficiência cardíaca). Foi aí que o médico do IJF o encaminhou para o Hospital de Messejana. Ele precisou passar dez dias na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) até ouvir do cirurgião cardiovascular Juan Mejia que o problema só seria resolvido se o coração fraco fosse trocado por um melhor.

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Segundo Mejia, que coordena o programa de transplante cardíaco no hospital, a mulher que doou o coração para Moura sofria de crises asmáticas. “Esse coração teve problemas e, seis anos depois, ele precisou retransplantar”, conta o médico.


Em tom de brincadeira, Moura conta que seus dois filhos foram concebidos um após cada transplante, “pra testar o coração”. Os meninos foram registrados como Juan e João David, nomes dos médicos que operaram o pai — os mesmos que fizeram o primeiro transplante do Estado.


Sem mais beber ou fumar e fazendo caminhadas sempre que possível, Moura diz que leva uma vida completamente normal e saudável. “Sou tranquilo”, resume.


Avanços


Para Mejia, os últimos 20 anos garantiram a consolidação de uma equipe multidisciplinar para dar suporte ao programa de transplante cardíaco e acompanhar adequadamente os pacientes de Messejana no pós-operatório. A competência da equipe, ele ressalta, é o que faz o hospital ser referência em transplante de coração. “Muita gente vem treinar em Fortaleza”, reforça, mencionando o programa de tutoria em doação de órgãos e transplantes cardíacos ministrado pelos profissionais do Hospital de Messejana a médicos de outros cinco hospitais do País.

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