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Inserção precoce no mercado de trabalho é obstáculo
Cotidiano

Inserção precoce no mercado de trabalho é obstáculo

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Éricles dos Santos, 18, abandonou os estudos no ano passado, quando cursava o 2º ano na Escola de Ensino Médio (EEM) Antônio Bezerra. Seu registro de frequência, ele lembra, contabilizava, no mínimo, 200 faltas.

“Pensei em desistir porque tinha problema em casa. Trabalhava de manhã (num mercadinho) e, quando chegava ao colégio (à tarde), ficava só dormindo, não prestava atenção na aula”, narra o garoto.


Para conseguir que Éricles voltasse para a escola e concluísse o ano ainda em 2016, a diretora Marta Ximenes e a coordenadora Eliete Rodrigues passaram a mandar recados para ele por intermédio de colegas de sala. “Se você for aplicar ao pé da letra a lei de 75% de falta que eles têm (direito), o resgate vai ser nulo”, explicou Eliete. Por isso, segundo ela, para combater abandono e evasão escolar, a direção tenta sensibilizar os próprios professores da instituição a darem nova chance aos alunos.


“Esse ano, ele (Éricles) quis, também, desistir. Quis fraquejar. Porque, como ele trabalha, fica pesado, né? A gente tem de incentivar: ‘Meu filho, é a única forma que você tem de modificar a sua vida, já que você não tem família rica’”, continuou a coordenadora.


Mesmo sob a pressão de trabalhar para garantir a alimentação diária dos quatro irmãos mais novos, Éricles quer se formar para cursar Educação Física e ajudar outros como ele. “Vejo muito jovem se perdendo em droga.

Tenho vários amigos que moram na comunidade (Autran Nunes) e que iam se perder, morrer. Se eu for um dia, em nome de Jesus, um professor de educação física, pretendo abrir uma escolinha (de futebol) no meu bairro”.

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