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Dez barragens do Ceará têm estrutura comprometida
Cotidiano

Dez barragens do Ceará têm estrutura comprometida

Os dados são da Agencia Nacional de Águas. Relatório mostrou que dez das 25 barragens danificadas do Brasil são do Ceará
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De 25 barragens do País que estão com estrutura comprometida, dez estão no Ceará. Os dados são do Relatório de Segurança de Barragens 2016, da Agência Nacional de Águas (ANA), divulgado ontem. A lista de barragens do Estado foi enviada pela Companhia de Gestão e Recursos Hídricos do Ceará (Cogerh). Erosões e vegetação no declive das barragens estão entre os principais problemas.


A catalogação foi divulgada quase dois anos depois da ruptura da barragem da Samarco, em Mariana (MG), o maior desastre ambiental do País.

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Na listagem da ANA, foram verificados problemas nos reservatórios cearenses: Poço Verde (Itapipoca), Jaburu (Ubajara), Tijuquinha (Baturité), Trapiá (Pedra Branca), Cupim (Independência), São José 2 (Piquet Carneiro), São José 3 (Ipaporanga), Facundo (Parambu), Valério (Altaneira) e Pau Preto (Potengi). Segundo o relatório, das dez represas danificadas no Ceará, sete são geridas pela Cogerh, responsável pela água bruta do Estado.


Bertier Peixoto, titular da Gerência de Segurança e Infraestrutura da companhia, diz que, em muitos casos reportados sobre as barragens, “o problema é por excesso de vegetação, portanto, de pouco ou quase nenhum risco”. No caso das anomalias de média gravidade, ele afirma que a Cogerh abre uma licitação para contratar empresa para resolução do problema.


Em nota, a companhia informou que as danificações de quatro barragens já foram resolvidas e que as outras três estão em encaminhamento.


Relatório


Para fazer o levantamento, a ANA pediu informações aos órgãos fiscalizadores. “Foi solicitado que listassem as barragens que, na sua visão, mais preocupam por possuírem algum comprometimento estrutural importante que impacte a sua segurança. Nove deles responderam, listando um total de 25 barragens”.


A engenheira civil Zita Timbó, que atua no grupo de Segurança de Barragens do Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (Dnocs), alerta que as barragens cearenses têm fragilidades, mas são bem mais seguras que as de mineração, como a da Samarco.


Segundo ela, a principal problemática dos reservatórios cearenses é a falta de manutenção. “Muitas vezes se passam vários anos de seca e a barragem não tem a limpeza que é necessária, a capinagem, e isso não pode acontecer”, frisa. De acordo com ela, os riscos, nesses casos são de desmoronamento, da qualidade da água e de proliferação de formigueiros, um problema considerado sério. (Colaborou Angélica Feitosa)

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