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Das vítimas de homicídio, 47% tinham envolvimento com facções
Cotidiano

Das vítimas de homicídio, 47% tinham envolvimento com facções

47% das pessoas assassinadas em Fortaleza entre janeiro e julho possuíam algum tipo de relação com grupos criminosos. Em setembro, número de homicídios na Capital triplicou ao se comparar com mesmo período de 2016
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O número de homicídios em Fortaleza mais que triplicou em setembro em relação ao mesmo mês do ano passado. A Capital teve 173 crimes violentos letais e intencionais no último mês. O aumento é de 203,5%. No período, o Ceará também teve significativa elevação de assassinatos, saindo dos 222 de 2016 para os 461 no último setembro. Ou seja, mais que dobrou. Os dados foram divulgados ontem pela Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS).

[SAIBAMAIS]

Um dado novo fornecido pela pasta foi o levantamento que destaca o perfil das vítimas. A SSPDS passou a apontar se as pessoas que morreram em Fortaleza têm relação com facções criminosas.


De janeiro a julho, de acordo com a SSPDS, quase um quarto dos homicídios (24%) se deu em decorrência da disputa entre esse grupos. Drogas (11%), vingança (6%) e crimes passionais (2%) vieram na sequência, com 48% das mortes sem motivação definida. O levantamento aponta que 47% das pessoas mortas tinham relação direta com as facções, 6% não tinham e em outros 47% não foi informado. Contudo, a SSPDS não detalha que grau de envolvimento é esse utilizado na classificação. Quase dois terços das vítimas (64%) tinham antecedentes criminais, enquanto o restante (36%) não possuía passagem pela Polícia.


Titular da SSPDS, André Costa repetiu o discurso de que as facções não são um problema local e foi mais enfático nas críticas ao Governo Federal quanto à criação do Plano Nacional de Segurança. “O presidente da República tem lá suas preocupações, mas a segurança pública não é uma delas. E o Ceará, assim como todos os Estados, está pagando com sangue essa total ausência e falta de priorização com a segurança pública por parte da União”, criticou o secretário.


Sobre o aumento dos homicídios, o secretário ponderou que setembro de 2016 pode ser considerado “fora da curva”, com números de mortes violentas e intencionais abaixo do comum. “A gente tem buscado uma queda progressiva e firme. Estamos reagindo a um cenário novo que surgiu esse ano. Exigiu de nós novas medidas e atitudes”, afirmou, se referindo à guerra entre facções.


Vale ressaltar que, neste ano, o Ceará já ultrapassou o número de homicídios de todo 2016. O Estado encerrou o último setembro com 3.696 homicídios, uma média de 13,5 por dia. A tendência é de escalada para a quebra do recorde anual, que teve pico em 2014, com 4.439 assassinatos.

 

Roubos e furtos


Além das estatísticas de homicídios, a SSPDS divulgou ainda dados de roubos e furtos no último mês. Os chamados Crimes Violentos contra o Patrimônio (CVP ou roubos) tiveram aumento de 30,3%, passando de 4.918 para 6.408 em setembro de 2016 e 2017, respectivamente. No acumulado do ano, também há uma elevação. Até setembro deste ano, foram registrados 58.268 roubos no Ceará, 5% a mais que o mesmo período em 2016. Quanto aos furtos, também é possível observar um leve acréscimo no acumulado do ano. Em 2017, o Estado registrou 44.423 crimes dessa natureza, 3,5% a mais que os 42.919 ocorridos nos primeiros nove meses do ano passado.

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