Buscando cada criança e adolescente que está fora da escola, o poder público se utiliza de estratégia silenciosa e precisa para combater até o crime organizado.

“Na escola, ele (o jovem) está protegido tanto de ser vitimado como de praticar um ato que, por influência de adulto, venha prejudicar não só a si mesmo como a outras pessoas, colaborando com a violência”, observa o promotor Sérgio Louchard, da Promotoria de Justiça da Infância e da Juventude do Ministério Público do Ceará (MPCE).

Entre 2005 e 2015, cresceu 17,2% o número de homicídios da população entre 15 e 29 anos, conforme o Atlas da Violência de 2017. No Ceará, nesse período, o crescimento foi de 159,8%.

Por isso, o promotor Sérgio Louchard compreende que só o diálogo com as famílias na tentativa de convencê-las a manter os jovens na escola não é suficiente. “É um processo de criação, inclusive, de rede interdisciplinar que não está restrita somente à educação”. Ele destaca necessidade de envolver a área social e o setor da saúde.

Segundo Louchard, dos adolescentes que cometem atos infracionais e são acompanhados pela Promotoria de Justiça da Infância e da Juventude, a maioria está fora da escola.