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Agressão física é ápice de violências vividas por professores
Cotidiano

Agressão física é ápice de violências vividas por professores

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Ao relembrar a agressão sofrida em 2015, a professora de 51 anos ainda chora. Em sala de aula, após discussão com um aluno que exigia nota e presença sem frequentar as aulas, a docente foi xingada, conseguiu se esquivar de tapas no rosto, antes de ter, relembra, a vida por um triz.

 

“Ele voltou na mochila, pegou um espeto de metal pontiagudo e partiu pra mim. Ele segurou no meu pescoço e não me matou porque os outros alunos impediram. Eu fiquei paralisada, não acreditava que aquilo estava acontecendo comigo”, rememora.


Depois do episódio, ela passou um anos afastada da função, tratando de depressão, e retornou ao ambiente escolar na biblioteca — nunca mais entra em uma sala de aula, diz. Houve registro de Boletim de Ocorrência, depois retirado por medo de represália.


O caso extremo é parte de uma série de outras violências sofridas por docentes em ambiente escolar, conforme indica o vice-presidente do Sindicato dos Professores e Servidores da Educação e Cultura do Estado e Municípios do Ceará (Sindicato Apeoc), Reginaldo Pinheiro.


“A agressão é ápice, mas todos os dias há ameaças, agressões verbais, bulliyng, intimidação. É comum também que haja a danificação dos veículos do professor. E as causas sociais da violência fora da escola também são dentro da escola: vulnerabilidade, ampliação do domínio do tráfico de drogas, a desestruturação da família, as desigualdades sociais, tudo se reúne nesse quadro”.


A solução, para Reginaldo, está na ampliação das políticas de segurança pública e fortalecimento da educação pública e da cultura e do lazer da comunidade. (Domitila Andrade)

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