[SAIBAMAIS]
Segundo o escrivão do 7º Distrito Policial Hudson Pimenta, a discussão aconteceu no sábado, 16, por volta das 20 horas. Pelo menos seis meninas embarcaram no coletivo na avenida Coronel Carvalho, Barra do Ceará, com destino a uma festa de reggae no Oitão Preto. No ônibus, elas foram identificadas como moradoras do bairro Padre Andrade por um grupo rival de 12 pessoas, sendo oito homens. A adolescente que teria identificado as jovens foi apreendida.
“Essa adolescente apreendida começou a insuflar os outros contra as moças. No momento da confusão, o motorista do coletivo abriu a porta do meio e algumas das meninas pularam a catraca e fugiram. A Luzyara e a Karolina foram puxadas e foram agredidas nesse ônibus”, disse o inspetor. As jovens sumiram após desembarcarem com o grupo. No dia seguinte, foram encontradas mortas.
Segundo o relato de uma das testemunhas, em entrevista ao O POVO, uma das vítimas disse no ônibus: “Aqui é tudo dois, não passa nada”, exaltando facção criminosa do Padre Andrade, rival do grupo que também estava no ônibus. Conforme a testemunha, os homens queriam filmar as jovens fazendo o símbolo do “Tudo três”, referente à facção criminosa deles, mas elas se recusaram. A negativa teria irritado ainda mais o grupo. “A que começou tudo (adolescente apreendida) deu chutes na Karolina e ela caiu”, disse.
Os corpos das meninas foram encontrados no Morro de Santiago, na Barra do Ceará, e apresentavam sinais tortura. As duas estavam com a cabeça raspada, apresentavam lesões por espancamento e pichações no corpo com nome da facção rival.
Hudson explica que a investigação conseguiu primeiro identificar a adolescente que insuflou o grupo. A partir da apreensão dela, outros suspeitos foram identificados e presos. São eles: Antônio Francisco Nascimento Felipe, 18, Rivania Emili Nascimento Cândido, 18, Paulo Sérgio da Silva, 29, Lucas do Nascimento de Oliveira, 18. Três adolescentes com 17 e 16 anos foram apreendidas. Todos foram reconhecidos pelas testemunhas.
As investigações para prender o restante do grupo devem ficar a cargo do 33º DP. A Polícia tenta encontrar o coletivo onde aconteceu a discussão para solicitar as imagens das câmeras. O motorista deve ser indagado sobre por que a confusão e as agressões não foram denunciadas à Polícia.
Números
12 pessoas entre mulheres, homens e adolescentes teriam participado do crime