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Reação a assaltos lidera causas de morte de agentes de segurança
Cotidiano

Reação a assaltos lidera causas de morte de agentes de segurança

Dos 25 homicídios de agentes públicos de segurança em 2017, 14 aconteceram em situações de latrocínio ou tentativa de roubo
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Mais da metade das mortes de agentes de Segurança Pública no Ceará, em 2017, deu-se após reação a assaltos ou tentativas de roubo. Ao todo, neste ano, 25 profissionais de segurança foram assassinados no Estado, sendo 14 em situações de latrocínio (roubo seguido de morte). Em todos esses casos, os policiais militares, guardas municipais ou membros do Corpo de Bombeiros estavam de folga ou faziam serviços extra — os chamados bicos — como forma de complemento de renda.

[SAIBAMAIS]

Os dados da Associação dos Profissionais de Segurança (APS) apontam que dessas 14 mortes em que houve tentativa de assalto ou latrocínio, 12 foram contra policiais militares. As outras duas vitimaram agentes da Guarda Municipal de Fortaleza.


O crime mais recente aconteceu na madrugada do último domingo, 24, quando o soldado da PM Francisco Leandro Conceição Santana, 34, foi abordado e perseguido por um grupo armado em motocicletas, que passou a atirar em direção ao veículo particular do militar. Ele chegou a revidar, disparando contra o grupo, mas foi atingido e não resistiu aos ferimentos.


Sobre a reação de agentes a assaltos, um oficial da PM, que pediu para não ser identificado, explica que quando o profissional de segurança está trabalhando, em uma viatura, a percepção é diferente. Isso porque ele está sempre esperando uma ocorrência, com a arma na mão ou no coldre. “Quando o policial está de folga, não há como ter o mesmo comportamento”, diz.


Conforme a fonte ouvida pelo O POVO, quando os policiais são pegos de surpresa, tentam sacar a arma e acabam baleados. “O confronto nesta situação ocorre a poucos metros de distância um do outro e a possibilidade de morte é alta. Policiais que não reagem acabam não morrendo. Temos casos de policiais que tiveram as armas roubadas e não reagiram, então, não morreram”, comenta.


Para o oficial, o policial não treina para sacar armas durante a folga. A reação nesses casos se dá pelo pelo medo de ser descoberto como policial. “Se o assaltante estiver com a arma na mão é quase impossível sacar e atirar primeiro. Basta ver os vídeos das ocorrências. Temos uma cultura de andar armado para tudo. Isso, antes, era garantia de vida, hoje, é garantia de morte. Quando ando com meus filhos, ando desarmado, não quero correr o risco de reagir e provocar um confronto para cima deles”, comenta o militar.


Outros casos

 

A segunda situação que mais resultou em mortes de agentes de segurança no ano, no Ceará, é a execução. Nesses casos, o profissional é assassinado, na maioria das vezes, por vingança ou por algum episódio anterior em que houve relação de conflito entre o homicida e a vítima.

 

Ao todo, neste ano, foram oito casos de execução contra profissionais de segurança no Ceará. Seis delas vitimaram policiais militares e as outras duas, guardas municipais.


Outros três homicídios se deram em circunstâncias diversas, como conflitos familiares ou discussões em festas.

 

Números

 

74 agentes de segurança foram assassinados no Ceará desde 2015

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