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Instituto dos Cegos faz 75 anos em meio a dificuldades financeiras
Cotidiano

Instituto dos Cegos faz 75 anos em meio a dificuldades financeiras

A Sociedade de Assistência aos Cegos, mais conhecida como Instituto dos Cegos, completa 75 anos com problemas financeiros. Instituição foi pioneira no atendimento de pessoas com deficiência visual no Estado
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“Quando perdi a visão fiquei em casa, pensando que o mundo havia acabado e que não poderia fazer mais nada. Até que conheci o Instituto dos Cegos”, lembra Samuel Chaves, que perdeu a visão há sete anos e tem na entidade um importante instrumento para a reabilitação. Hoje, ele aprende a ler e escrever pelo sistema Braille e tem aulas de artesanato, dança e música. É um dos 250 alunos atendidos pela Sociedade de Assistência aos Cegos (SAC), que completa hoje 75 anos de fundação, em meio a problemas financeiros por falta de repasse da Prefeitura de Fortaleza.


Segundo Cássia Aquino, gestora de saúde da SAC, até o último mês de março eram feitos cerca de 1.500 atendimentos por mês. O convênio da instituição com a Prefeitura foi encerrado e até agora não foi renovado. “A falta do dinheiro tem um impacto imenso na manutenção da SAC, que há vários anos presta serviço às pessoas com deficiência”, declarou.


A Secretaria da Saúde de Fortaleza (SMS) informou que dois convênios estão em vigor com a SAC para realização de cirurgias de catarata e transplante de córnea, sendo repassados cerca de R$ 1,3 milhão por ano. Além disso, informou que atualmente a instituição participa de processo licitatório para a contratação de mais serviços. Não foi informado, porém, quando o procedimento será concluído.

 

Serviços


A entidade, conhecida como Instituto dos Cegos e pioneira no atendimento de pessoas com deficiência visual no Ceará, foi criada em 1942 pelo oftalmologista Hélio Góes Ferreira. Hoje, oferece serviços hospitalares à população em geral e conta com escola para crianças cegas ou para pessoas que tenham adquirido a deficiência ao longo da vida. Além da grade curricular comum a qualquer escola, os alunos da SAC têm acesso a uma biblioteca com acervo formado por livros em Braille e áudio, a aulas de música, dança e podem participar da Academia de Letras e Artes (AlaSac) da instituição.


A academia, dirigida pelo coordenador de projetos da instituição e presidente do Conselho Municipal dos Direitos das Pessoas com Deficiência (Condefor), Paulo Roberto, tem o objetivo de promover a arte entre pessoas cegas.

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Para Paulo, que perdeu a visão há 20 anos, a SAC trouxe novas perspectivas. “Quando fiquei cego, precisava descobrir uma forma de continuar usando o computador. Aqui conheci o Dosvox, que foi um divisor de águas em minha vida”, diz.


O Dosvox é um programa de computador que funciona por síntese de voz. Foi criado no início dos anos 1990 pelo professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) Antônio Borges.


Para Samuel Chaves, a SAC também foi importante para conhecer histórias de outras pessoas que são assistidas pela instituição. “Encontrei pessoas com problemas mais graves que o meu, com vontade de vencer. Isso me deu um novo ânimo”. Hoje, ele faz planos para o futuro. “Percebi que posso fazer várias coisas. Hoje tenho aulas no projeto Academia Enem e quero cursar RH ou jornalismo”, projeta.

 

Serviço

 

É possível ajudar a Sociedade de Assistência aos Cegos por meio de depósito bancário

Banco do Brasil

Agência: 1702-7

Conta: 119980-3
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