“Acabou-se o mistério. Ele foi porque tinha realmente que ir. Tirou-se uma pedra do nosso caminho. Não foi da forma que eu quis, mas que seja feita a vontade divina. Deus fez a justiça que a ele caberia. Embora eu ache que, o que ele tinha que pagar aqui, pagou”, ressente Laisete Gadelha Oliveira, 69, viúva de Eusélio.
Ela conta que, todos os anos, em 26 de setembro, a família se reúne para lembrar e celebrar a vida do patriarca. Este mês, porém, deve ser diferente. “Agora, prefiro lembrar de uma forma mais amena, diferente. Porque até nisso não fomos agraciados, em ter a certeza. Ele morreu no ano passado e viemos saber agora. A lembrança continuará, não precisa ser em setembro”.
“Estou sendo pega de surpresa. Poderia dizer que fiquei feliz, mas não gosto. Apesar da demora, foi feita justiça. Pelo menos a divina. Nossa família sofreu muito. Não só a nossa, a dele também deve ter sofrido. Carregar o fardo de um assassinato deve ter sido horrível”, reconhece. “A gente sempre lembra. É uma cicatriz para a vida toda. Mas o legado dele continua. A semente dele, na Casa Amarela, segue dando frutos”, diz Percília Gadelha Oliveira, 49, filha do cineasta.
O POVO tentou ouvir a família de Luiz Rufino. As chamadas ontem, contudo, não foram atendidas. (Thiago Paiva)