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Em oito meses, número de homicídios no Ceará já supera o de 2016
Cotidiano

Em oito meses, número de homicídios no Ceará já supera o de 2016

Desde janeiro, ao menos 3.417 pessoas morreram no Estado vítimas de crimes violentos. Aumento no número de mortes neste ano foi registrado em todas as regiões do Ceará. Roubos e furtos também cresceram
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A três meses e meio do fim deste ano, o número de homicídios no Ceará já superou o acumulado durante todo o ano passado. Os aumentos dos índices foram em todas as regiões do Estado. Fortaleza e Região Metropolitana (RMF) são as áreas com maior crescimento.

 

No Estado, somando os homicídios já registrados neste mês de setembro, informados no relatório diário da Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS), até quinta-feira, 14, mais 182 pessoas morreram. Assim, são 3.417 pessoas vítimas de homicídios no Ceará neste ano — dez a mais que o registrado durante os 12 meses de 2016.


Em balanço divulgado ontem pela SSPDS, entre janeiro e agosto deste ano, a Capital registrou 1.259 mortes, 82,7% a mais que no mesmo período do ano passado. Já na RMF, o crescimento é de 47,6%, com 800 mortes em 2017. No último mês, a tendência de aumento da violência se manteve. Foram 180 homicídios em Fortaleza, 83,7% a mais que em agosto de 2016. Na RMF, mais que dobraram os crimes desse tipo: as 119 mortes na área representam crescimento de 124,5% em relação ao mesmo período de 2016.


Contudo, para o secretário André Costa, titular da SSPDS, os dados retratam melhora em relação a outros meses deste ano. Desde fevereiro, o Ceará registrava aumento nos índices de homicídios em relação ao mês anterior. E, em maio, junho e julho, o Estado bateu recordes sucessivos de mortes violentas (foram 471 em maio, 474 em junho e 475 em julho). Em agosto, foram 461 vítimas. “A tendência é continuar com essa melhora progressiva, que é o que estamos buscando. Algo firme, que mantenha mês a mês a redução diante das medidas que temos colocado em prática”, comentou André Costa.


Um dos principais alvos da atual gestão da Segurança Pública do Estado, o índice de roubos e furtos também aumentou nos oito meses deste ano, se comparado ao mesmo período do ano passado. Até agosto, foram 91,4 mil crimes registrados. Em 2016, foram 89,3 mil. A única redução aparece na Capital, com cerca de mil roubos e furtos a menos neste ano.

 


Investimentos


O secretário André Costa voltou a afirmar que a crescente violência é resultado da ação de facções criminosas e da situação política nacional. “Vivemos uma crise ética, política e econômica. Tudo deságua na segurança pública”, avaliou. Ele ressaltou que o Estado tem investido em pesquisas para mapear as áreas violentas e otimizar o combate à criminalidade.


O secretário destacou o sistema para identificação de veículos roubados e o reforço no policiamento em áreas mais perigosas. “Identificamos as ruas e traçamos a rota de policiamento nos horários onde há mais crimes”, detalhou.

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