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Boeing da Lufthansa será levado de Fortaleza até o dia 23
Cotidiano

Boeing da Lufthansa será levado de Fortaleza até o dia 23

Embaixador alemão, Georg Witshel acompanhou desmonte de uma das asas do avião 737-200, que será transformado em ícone contra o terrorismo. Governo, Lufthansa e cidadãos se juntaram para custear retorno
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Em meio ao processo de demissão voluntária, incertezas e angústias dos funcionários da Infraero, após a privatização do Aeroporto Internacional Pinto Martins, a movimentação de um grupo de alemães atravessa a rotina do terminal aeroportuário em Fortaleza.

 

Ainda não são os alemães da Fraport, investidora que ganhou do governo brasileiro a concessão do aeroporto cearense. Pelo menos 13 engenheiros e técnicos da Lufthansa Technik se desdobravam, ontem, para remover a asa esquerda de um Boeing 737-200 readquirido, 40 anos depois, pela empresa aérea germânica.


O PT-MTB — que, por último, pertenceu à cearense TAF Linhas Aéreas — é uma das sete aeronaves abandonadas (desde 2008) em um “cemitério” de aviões no Pinto Martins. Até o próximo dia 23, o boeing será transportado de Fortaleza para o Museu Aeroespacial da cidade de Friedrichshafen.


Lá, segundo Georg Witshel, embaixador da Alemanha no Brasil, será restaurado e transformado em ícone contra o terrorismo. Em 13 de outubro de 1977, a aeronave foi sequestrada por quatro terroristas da Frente Popular para a Libertação da Palestina (FPLP).


O desmanche


Na manhã de ontem, os especialistas em montagem e desmontagem de super-máquinas voadoras levaram mais ou menos quatro horas para retirar a asa esquerda do 737. A operação, transformada em evento pela Embaixada da Alemanha no Brasil, levou ao Pinto Martins repórteres de vários estados do Brasil e jornalistas de veículos alemães.

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Em meio ao sol forte do setembro cearense, homens, uma mulher e dois caminhões guindastes sacaram a peça que seguirá em um cargueiro russo, previsto para pousar em Fortaleza no dia 21 ou 23 deste mês.


O Antonov An-225 Mriya ou o An-124 Ruslan levará o “charuto” do Boeing 737 (corpo do avião), as duas asas inteiras, três contêineres com as turbinas, outras peças e as poltronas. Até amanhã, a asa direita será removida e embalada entres colchões e plástico bolha.


Quanto custa?


O custo da operação de desmontagem e traslado do 737-200 não foi revelado pelo governo alemão, a Lufthansa e o Museu Aeroespacial de Friedrichshafen — alguns dos parceiros que se juntaram para reconstituir a memória da narrativa do sequestro que ficou conhecida como Outubro Vermelho. Segundo Georg Witshel, a embaixada não tem a informação. “Sei que no Brasil, para comprar o avião, pagamos R$ 74 mil e mais ou menos 12 mil euros com advogados e documentação. Além da Lufthansa, há outras empresas e cidadãos alemães que contribuíram porque querem essa história restaurada”, explicou o embaixador. 

 

 

A história


Entre 13 e 18 de outubro de 1977, o Boeing 737-200 foi sequestrado por terroristas da Frente Popular para a Libertação da Palestina, aliados do Baader-Meinhof.


O voo 181 Lufthansa, Palma de Mallorca-Frankfurt, levava 86 passageiros e cinco tripulantes.


Após cinco dias entre aeroportos de três continentes e a execução do piloto Jürgen Schumann, a polícia alemã invadiu o avião, matou três sequestradores, feriu um e resgatou, vivos, passageiros e quatro tripulantes.


O que O POVO já publicou sobre a história:


http://bit.ly/2mTARaW (Conexão Alemanha-Ceará. Alemanha quer repatriar avião sequestrado há 40 anos)


http://bit.ly/2sLgNgw (Sequestro Lufthansa. De volta para Alemanha)


http://bit.ly/2w2Or2F

(Alemanha-Fortaleza. Avião da Lufthansa será ícone contra o terrorismo)

http://bit.ly/2wXTCSF (Lufthansa envia engenheiros para desmontar Boeing histórico)

 

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